"Quando sua determinação muda, tudo o mais começa a se mover

em direção ao seu desejo".

3 de jan. de 2009

GOSHO - A Iluminação pelo Sutra de Lótus

(Hokke Shoshin Jobtsu Sho)
Questão: Há qualquer evidência para provar que devemos abraçar em particular o título do Sutra de Lótus da mesma maneira que abraçamos o título de Buda?
Resposta: O Sutra de Lótus diz: "O Buda dirigiu-se às guardiãs do Budismo dizendo: "Sr protegerem aqueles que crêem firmemente no título do Sutra de Lótus, obterão mais boa sorte do que poderão medir". As guardiãs na citação acima eram as dez filhas de Kishimojin1. Elas juraram diante de Sakyamuni proteger aqueles que abraçam o título do Sutra de Lótus que é o Nam-myoho-rengue-kyo. O iluminado, muito satisfeito com o juramento, elogiou-as altamente e disse que a boa sorte que elas poderiam acumular era imensurável. Grandiosos sem dúvida são os seus benefícios e virtuoso o seu comportamento. A citação precedente encoraja-nos a recitar o Nam-myoho-rengue-kyo durante todo o tempo, não importando o que fazemos em nossas vidas diárias.
O Myoho-rengue-kyo2 é o princípio básico que esclarece que todos os seres humanos, Bonten3 e Taishaku4, Sharihotsu5 e Mokuren6, e os Bodhisattvas Monju7 e Miroku8, sem exceção, compartilham a mesma natureza de Buda, e que as naturezas iluminadas são idênticas à Lei Mística que todos os Budas descobrem dentro de si mesmos. Uma vez que recita o Nam-myoho-rengue-kyo, a voz de recitar fará surgir a natureza de Buda em todas as coisas, tanto sensíveis como insensíveis _ todos os Budas, todas as leis, Bodhisattvas e Shomon, Bonten e Taishaku, Emma9 que é dito ser o Lorde do inferno, o sol a lua e as estrelas, todos os deuses no céu e na terra, assim como naqueles que estão nos estados de Inferno, Fome, Animal, Ira, Tranqüilidade e Alegria. O poder do Myoho-rengue-kyo é infinito em termos de espaço e tempo.
O Myoho-rengue-kyo que está nas profundezas da vida de uma pessoa deve ser estabelecido como objeto de adoração. Se adora este Gohonzon e recita o Nam-myoho-rengue-kyo, a natureza de Buda até aqui dormente surgirá dentro de si. Então, a senhora é um Buda. Para dar exemplo familiar, se um pássaro numa gaiola canta, os pássaros silvestres descerão do céu para juntarem-se ao redor do cativo. Assim que seus amigos circundam a gaiola, o pássaro faz um desesperado esforço para escapar. De maneira semelhante, se recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo oralmente, a nossa natureza de Buda será despertada sem falha. A mesma natureza em Bonten e taishaku também surge para nos proteger, e aquela natureza em Budas e Bodhisattvas começa a agir com grande alegria. Daí a passagem do Sutra de Lótus: "Se há uma pessoa que abraça a Lei Mística mesmo por um curto tempo, eu, assim como todos os outros Budas, muito nos alegraremos."
Pelas três existências da vida que cobrem desde o infinito passado ao presente e ao eterno futuro, todos os Budas atingiram ou atingirão o Estado de Buda com a semente de Myoho-rengue-kyo. É a Lei Mística que todos os Budas aparecem para expor e que possibilita a todos os seres humanos a atingirem o Estado de Buda. Com isto arraigado profundamente em sua mente, deve recitar o Nam-myoho-rengue-kyo de todo o seu coração, sem vaidade, preconceito ou apego, de tal modo que possa a tornar-se um Buda.
Nitiren

FUNDO DE CENA

Nitiren Daishonin escreveu este Gosho em 1277 e enviou-o a uma crente chamada Myoho-ama, que vivia na Província de Suruga (atual Prefeitura de Shizuoka). Isto foi dois anos antes da perseguição de Atsuhara suceder nos crentes de Daishonin em uma área próxima ao Monte Fuji, motivando Daishonin a inscrever o Dai-Gohonzon. Quanto à recebedora deste Gosho, os detalhes são desconhecidos. Julgando da importância e profundidade deste escrito, contudo, ela parece Ter sido uma crente fervorosa e pura a quem seu mestre profundamente confiava.
Neste Gosho, que é escrito na forma de diálogo, Nitiren Daishonin expõe que o Sutra de Lótus é o único ensino que possibilita a todos os seres humanos atingirem a verdadeira iluminação.
Além disso, Daishonin esclarece que aquele que se dedica à propagação da Lei Mística de acordo com a predição de Sakyamuni, é o Buda Original de Mappo, a despeito de seu estado aparentemente humilde de vida. A presente tradução é a última parte deste Gosho.
1 - As Dez Filhas de Kishimojin: São coletivamente chamadas Jurassetsunyo. Kishimojin é um demônio feminino da qual se diz que criou suas filhas alimentando-as com crianças dos outros. Kishimojin e suas filhas representam as mulheres malvadas e de caráter furioso nos ensinos prévios ao Sutra de Lótus. Contudo, repreendidas pelo Buda e arrependendo-se de seus mais pecaminosos atos, juraram proteger os crentes no Verdadeiro Budismo de acordo com o 26° Capítulo do Sutra de Lótus.
O significado de Jurassetsunyo do ponto de vista filosofia da vida é que todo ser humano tem possibilidade de agir tanto como bom ou como mau, de acordo com os fatores influentes dos arredores. Devido à influência iluminadora da Lei Mística, o nam-myoho-rengue-kyo, todas as pessoas podem vir a mostrar as suas mais favoráveis qualidades em seu próprio e único modo.
2 - Myoho-rengue-kyo: do ponto de vista do Budismo de Daishonin, indica o nam-myoho-rengue-kyo. Sakyamuni revelou-o após profunda especulação da substância real da vida e do universo, que definiu como nam-myoho-rengue-kyo. Por outro lado, Nitiren Daishonin desenvolveu a iluminação de sakyamuni e penetrou na Lei subjacente à fusão harmoniosa entre cada vida individual e a substância original do universo. Ele declarou que a substância básica e última desta Lei é Nam-myoho-rengue-kyo e, além disso, incorporou-o na forma do Gohonzon.
3 – Bontem: Um dos deuses budistas que protege os crentes no Verdadeiro Budismo. Diz-se que vive no topo do monte Shumi (Sumeru) como um dos deuses budistas que governa o domínio da matéria. Ele representa as várias ações do universo para proteger aqueles que praticam o budismo de Nitiren Daishonin.
4 – Taishaku: Bontem e Taishaku são dois principais deuses padroeiros do budismo. Diz-se que ele é o rei dos deuses budistas no domínio dos desejos. Esteve presente na cerimônia do Sutra de Lótus e jurou proteger os crentes do Verdadeiro Budismo.
5 – Sharihotsu: Sariputra, em sânscrito. Entre os dez maiores discípulos de Sakyaminu, ele é bem conhecido como o "máximo em sabedoria". Ele nasceu numa família brâmane em Magadha, mostrando um notável brilho mesmo desde a infância. Embora tenha estudado e dominado todas as filosofias brâmanes, nunca esteve satisfeito com o conhecimento superficial e esteve sempre perplexo com os problemas básicos da vida. Então, na busca da verdade da vida, Sharihotsu praticou o budismo juntamente com o seu velho amigo, Mokuren, Impressionado pela profundeza do Budismo, ambos tornaram ativa parte na propagação do Budismo.
6 – Mokuren: Foi filho de uma rica família brâmane em Magadha. Primeiro, juntamente com Sharihotsu, estudou sob a orientação de Sanjaya Belathiputta, um dos seis principais pensadores nos dias de Sakyamuni. Contudo, insatisfeito com o ceticismo de Sanjaya, juntou-se à ordem de Sakyamuni para praticar o Budismo. Devido às suas excelentes habilidades inatas, Mokuren foi chamado de "máximo em força oculta" e foi um dos dez maiores discípulos de Sakyamuni.
7 – Monju: Como um líder dos Bodhisattvas no Budismo de Sakyamuni, apareceu em muitos sutras, desempenhando um importante papel no ensino budista. Cada Bodhsattva que aparece nos sutras representa vários atributos da vida humana. Entre eles, Monju é considerado como a idealização ou personificação da sabedoria.
8 – miroku: Miroki significa benevolência sem igual. Nascido numa família brâmane na Índia meridional, tornou-se um discípulo de Sakyamuni. Na cerimônia do Sutra de Lótus, ajudou o Buda a ensinar perguntando-lhe para que esclarecesse as dúvidas dos crentes. Do ponto de vista do Budismo de Nitiren Daishonin, o Bodhisattva Miroku indica Nitiren Daishonin e seus seguidores que fizeram seus adventos a fim de remover o sofrimento das pessoas.
9 – Emma: Acreditava-se que ele vivia no inferno para julgar os mortos e punir os pecadores para impedir-lhes de repetir suas pecaminosas ações.

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