Toki Jonin
13 DE DEZEMBRO DE 2008 — EDIÇÃO Nº 1967
Pergunta: Poderia apresentar uma breve biografia de Toki Jonin? Resposta: Toki Jonin é conhecido como um dos principais seguidores de Nitiren Daishonin. Nasceu em 1216 e viveu em Wakamiya, distrito de Katsushika, na província japonesa de Shimosa. Era um discípulo de destacada erudição e recebeu aproximadamente trinta cartas de Nitiren Daishonin, entre elas a “Carta de Sado”, “Sobre atingir o estado de buda nesta existência” e “O objeto de devoção para a observação da mente”, esta última considerada um dos principais escritos do Buda. Serviu como vassalo do lorde de Tiba, chefe supremo do exército de Shimosa, e tornou-se seguidor de Daishonin por volta de 1254, aos 38 anos de idade. Por diversas vezes Toki Jonin apoiou e protegeu Nitiren Daishonin junto com Shijo Kingo. Por exemplo, foi ele quem acolheu Nitiren Daishonin em sua própria casa após a Perseguição de Matsubagayatsu em 1260. Lá, Daishonin ficou hospedado por aproximadamente meio ano e, nesse período, pode propagar seu ensino a muitas pessoas em Shimosa. Ohta Jomyo converteu-se ao budismo por intermédio de Toki Jonin. Jomyo, que tinha a mesma idade de Daishonin, recebeu importantes escrituras tais como “Os três grandes ensinos fundamentais” e “Amenizar o efeito cármico”. Posteriormente, em 1269, Toki Jonin, Ohta Jomyo e Shijo Kingo foram intimados pelo xogunato de Kamakura a justificar suas crenças religiosas. Tratava-se de uma batalha decisiva para comprovar a veracidade do budismo. Ao ser notificado, Daishonin enviou rapidamente uma carta para os três, na qual apresenta instruções detalhadas de como se preparar e se comportar para o julgamento. As frases abaixo foram extraídas das cartas recebidas por Toki Jonin: “Do ponto de vista mundano, eu, Nitiren, sou a pessoa mais pobre do Japão, mas, à luz do budismo, sou a pessoa mais rica do mundo. Quando percebo que isso é assim unicamente porque o tempo é correto, fico exultante de alegria e não consigo conter minhas lágrimas (...)”. (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 2, pág. 229.) “Se a mente das pessoas é impura, sua terra será igualmente impura. Mas se sua mente é pura, assim será sua terra. Portanto, não há duas terras, pura e impura ao mesmo tempo. A diferença reside unicamente na mente boa ou má das pessoas. Isso se aplica tanto aos budas como aos mortais comuns.” (Os Escritos de Nitiren Daishonin, vol. 1, págs. 3 e 4.). “Quando uma pessoa é dominada pela ilusão, é chamada de mortal comum, mas quando iluminada, é chamada de Buda. Isso se assemelha a um espelho embaçado que brilhará como uma jóia quando for polido. A mente que se encontra encoberta pela ilusão da escuridão inata da vida é como um espelho embaçado, mas quando for polida, é certo que se tornará como um espelho límpido, refletindo a natureza essencial dos fenômenos e da realidade. Manifeste uma profunda fé polindo seu espelho dia e noite. Como deve poli-lo? Não há outra forma senão devotar-se à recitação do Nam-myoho-rengue-kyo.” (Ibidem.) “Os não-budistas e malfeitores dificilmente serão capazes de destruir o budismo, mas os seguidores do Buda podem-no. Eles agirão como parasitas nas entranhas do leão que no final matam-no.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 197.) Graças à corajosa e sincera dedicação desse fervoroso discípulo, que arriscou a própria vida para proteger o seu mestre e seus preciosos ensinos, hoje podemos ter contato com muitos dos principais escritos de Nitiren Daishonin e aplicá-los em nossa vida diária.
Referências: • Brasil Seikyo, edição no 1.643, 9 e março de 2002, pág. A7. • Ibidem, edição no 1641, 23 de fevereiro de 2002, pág C4. • Ibidem, edição no 1561, 24 de junho de 2000, pág. C2. • Ibidem, edição no 1941, 31 de maio de 2008, pág. A8. • Ibidem, edição no 1.823, 10 de dezembro de 2005, pág. A3.
Toki Jonin (2a parte) 10 DE JANEIRO DE 2009 — EDIÇÃO Nº 1970
Pergunta: Poderia expor algum exemplo do quanto Daishonin compreendia a sinceridade deste fervoroso discípulo? Resposta: Conhecido como um dos principais seguidores de Nitiren Daishonin, Toki Jonin era seis anos mais velho que Daishonin e converteu-se aos seus ensinos com 38 anos de idade. No capítulo “Expansão” do romance Nova Revolução Humana, temos uma clara idéia do quanto Daishonin compreendia a sinceridade da fé de seu estimado discípulo assim como de sua idosa mãe, pelo comentário de Shin-iti Yamamoto, pseudônimo do presidente da SGI, Daisaku Ikeda: “A consideração pelos membros que lutam nos bastidores é um dever dos líderes. Daishonin também dedicou toda a sua atenção, louvando a dedicação de seus discípulos. Há diversas cartas e frases de Daishonin endereçadas especialmente às mulheres e às pessoas idosas. “Por exemplo, Toki Jonin, que era líder dos praticantes na região de Shimosa, ofereceu uma roupa leve de verão para Daishonin. Essa roupa foi costurada por sua mãe de noventa anos para que seu amado filho pudesse vesti-la. Entretanto, sabendo que não era capaz de retribuir à dedicação de sua mãe, resolveu oferecê-la à Daishonin. “Por causa da idade, ela não enxergava bem e tinha dificuldade para segurar a agulha e a linha. Apesar disso, costurou a roupa devotando o máximo de seus esforços”. (Vol. 8, pág. 25.) Sobre a carta “Resposta ao Lorde Toki” em que Nitiren Daishonin relata sobre este oferecimento de Toki Jonin, o presidente Ikeda explana: “Embora ele [Daishonin] estivesse relutante em aceitar o manto, devolvê-lo equivaleria a rejeitar o sincero espírito com o qual ele havia sido oferecido. Sob essas circunstâncias, Daishonin reconhece a sinceridade de Toki Jonin e, ao mesmo tempo, expressa os maiores agradecimentos e encorajamentos à mãe dele. “Ele diz que, vestindo esse manto, Bonten, Taishaku e todas as entidades celestiais saberiam do ardente espírito de mãe e filho em fazer esse oferecimento. E os deuses budistas das dez direções certamente o protegeriam. Ele conclui a carta dizendo-lhes que o benefício de fazer-lhe esse oferecimento iluminaria suas vidas eternamente, existência após existência. “Que alegria mãe e filho devem ter sentido ao receberem essa resposta! E Toki Jonin, em sua alegria em conduzir-se da maneira mais respeitosa para com sua mãe, deve ter sentido a mais profunda gratidão para com Daishonin. “‘O que importa é o coração da pessoa.’ (END, vol. 6, pág. 99.) Neste episódio, podemos ver um belo relacionamento: uma mãe que empreende um incansável esforço preocupada com seu filho; um discípulo motivado pela preocupação tanto com sua mãe quanto com seu mestre; e um mestre que, preocupado com a mãe e seu filho, faz o máximo para produzir o melhor em todos os seus esforços. Este é o mundo do budismo.” (Brasil Seikyo, edição no 1.383, 21 de setembro de 1996, pág. 3.) Um ano após essa carta ter sido enviada, a mãe de Toki Jonin faleceu em fevereiro de 1276, aos 93 anos. Devido à benevolência de Daishonin, a vida da mãe de Toki Jonin foi coroada de grande satisfação e vitória. O budismo existe para auxiliar as pessoas a tornarem-se felizes. Quando nos baseamos no grande desejo pelo Kossen-rufu, considerando cada esforço como nas palavras de Daishonin, “a gota adentrando o oceano, ou o solo sendo acrescido à terra”, então nosso insignificante “ser interior” dá lugar ao “ser superior” que brilha com a eterna vitória. Então, todos os nossos esforços transformam-se no “oceano” de benefícios, numa “terra” de boa sorte.
Referência: • Brasil Seikyo, edição no 1.500, 20 de março de 1999, pág. 9.
Toki Jonin (3a e última parte) 17 DE JANEIRO DE 2009 — EDIÇÃO Nº 1971
Pergunta: A esposa de Toki Jonin, Dama Toki, foi incentivada por Daishonin quando se encontrava com uma grave doença. É possível superar o carma determinado? Resposta: Toki Jonin foi um dos principais discípulos de Daishonin e iniciou a prática budista aos 38 anos de idade por volta do ano de 1254. Como estudamos anteriormente, Jonin foi um fervoroso discípulo e chegou a abrigar Nitiren Daishonin em sua residência logo após a Perseguição de Matsubagayatsu. Mais tarde, em 1279, Daishonin recebeu um detalhado relato de Shijo Kingo sobre a grave condição de saúde da esposa de Toki Jonin. Imediatamente, procurou incentivá-la encaminhando-lhe o escrito “A Transformação do carma determinado”. A Dama Toki havia se casado com Toki Jonin após o falecimento da primeira esposa dele e manteve uma sincera prática budista apoiando seu marido. Mais tarde, ela adotou o nome budista Myojo, que significa “Eternidade Maravilhosa”. Apesar de gravemente enferma, por alguma razão, recusava-se a encarar seriamente sua doença. Nitiren Daishonin escreveu esta carta na tentativa de fazer elevar, dentro dela, uma determinação poderosa o bastante para desafiar e vencer a doença, incentivando-a inclusive a se tratar com Shijo Kingo, considerado um profundo conhecedor da medicina. Podemos notar a profunda sensibilidade de Nitiren Daishonin quanto à natureza humana e a sua compreensão sobre o caráter. Como muitos de nós já experimentamos, poucas coisas são mais frustrantes e dolorosas que tentar lidar com alguém a quem estimamos, que possui um problema sério, mas não quer admiti-lo e muito menos vencê-lo. Podemos admirar a imensa diplomacia de Daishonin na maneira como encoraja esta mulher obstinada e independente, embora basicamente insegura, que se recusava a encarar seriamente sua doença. O ser humano, diante de um grande sofrimento, tem a tendência de manifestar o conformismo e a desistência. Daishonin orienta então a romper esse sentimento passivo e a manifestar uma forte determinação de prolongar a própria vida acreditando no extraordinário poder do Sutra de Lótus, isto é, o Gohonzon. Daishonin incentiva Myojo a despertar para a fé, apontando o quanto todos estavam preocupados com ela: o próprio Nitiren Daishonin, Shijo Kingo e Toki Jonin. Ele apela também ao seu profundo senso de responsabilidade familiar, lembrando-a o quanto seu marido necessitava dela. Em outro trecho, Daishonin expõe o tema principal desse escrito, o princípio da transformação do carma, seja esse determinado ou não. O budismo caracteriza o carma como determinado ou não, dependendo da manifestação ocorrer em um momento determinado ou não da vida. Ambos os tipos de carma podem ser positivos ou negativos. As influências resultantes do carma do tipo não determinado podem ser superadas por um esforço razoavelmente simples. Entretanto, o carma determinado é mais profundamente arraigado na vida e suas influências são mais difíceis de serem superadas. São determinadas pela tendência básica da vida das pessoas e manifestam-se em um momento definido da vida. No mesmo escrito, consta: “Se a senhora viver mesmo por um dia a mais, poderá acumular ainda mais benefícios”. O budismo ensina que um único dia de vida é mais valioso que todos os tesouros do Universo. E, justamente por ser o mais precioso dos tesouros, oferecer a vida em prol da Lei proporciona o acúmulo de causas para a conquista da mais elevada boa sorte. Portanto, a promessa de “prolongar a vida” significa muito mais que simplesmente estender o número limitado de dias e anos, embora a fé no Gohonzon possa tornar isso possível. “Prolongar a vida” também implica que, pelo poder da fé, conseguimos descobrir dentro de nós mesmos um potencial infinitamente valioso, muito além de qualquer coisa que tenhamos imaginado e, assim, criar um valor inestimável na vida e sentir uma profunda satisfação nesta existência.
Não é por acaso que temos como uma de nossas metas individuais colocar em ação a diretriz “Prática da fé para manter a boa saúde e obter longevidade”, uma das “Cinco Diretrizes Eternas” da nossa organização estabelecidas pelo presidente Ikeda visando comprovar nosso potencial de superar até mesmo o carma determinado.
Referências: • Brasil Seikyo, edição no 1.383, 21 de setembro de 1996, pág. 3. • Ibidem, edição no 1.753, 26 de junho de 2004, pág. C4.
Nenhum comentário:
Postar um comentário