O budismo tem sua origem nos ensinos expostos pelo Buda Sakyamuni na Índia, há aproximadamente 3.000 anos. Este grande homem de sabedoria, embora nascido como um príncipe, deixou seu palácio e título, dedicando incessantes esforços para atingir a iluminação, e lançou a luz da felicidade humana sobre o povo indiano.
Nos dias de Sakyamuni as pessoas não tinham forte interesse em manter exatos registros históricos. Antes de registrarem as datas dos eventos mutantes na sociedade, estavam muito mais interessadas em descobrir o significado atrás de tais eventos em relação à natureza eterna do universo. Neste sentido, o ambiente cultural indiano estava propício à formação de profundos pensamentos filosóficos e religiosos, O fruto deste ambiente cultural foi naturalmente o budismo, o desafio de Sakyamuni ao bramanismo e aos outros pensamentos estabelecidos.
A tribo Sakya, governada pelo rei Shuddhodana Gautama, vivia na encosta sul do Himalaia, ao longo do rio Rohini. Este Rei estabelecera sua capital em Kapila, onde construíra um grande castelo, do qual governara sabiamente, conquistando assim a simpatia de seus súditos.
A Rainha chamava-se Maya, cujo pai era tio do Rei e que também era soberano de um distrito vizinho, do mesmo clã Sakya.
Conta-se que durante o Festival de Verão, a Rainha Maya recolheu-se aos seus aposentos para repousar... Ela sonhou que quatro seres celestiais vieram levá-la a cordilheira dos Himalaias. Lá ela recebeu vestes divinas. Surge então o futuro Buda, na forma de um soberbo elefante branco carregando uma flor de lótus e três vezes caminha ao redor de sua mãe. Ao despertar a Rainha descreveu seu sonho ao Rei que imediatamente reuniu sessenta e quatro eminentes estudiosos e pediu-lhes que interpretassem o texto. Eles então explicaram que a Rainha daria a luz um filho que, se optasse pela vida laica se tornaria um monarca mundial. Mas se ele optasse por abandonar a vida laica e renunciasse ao mundo, se tornaria um grande asceta, um ser iluminado.
Atendendo à tradição, a Rainha voltou à casa paterna, para dar à luz, ficando a meio caminho, no Jardim Lumbini para repousar, num alegre e bonito dia de primavera. Maravilhada com a beleza das flores de Asoka, estendeu seu braço direito para apanhar um ramo; ao fazer este movimento deu à luz a um príncipe. Todos manifestaram sua sincera alegria com a glória da Rainha e seu filho. Céu e Terra se regozijaram. Era o dia oito de abril.
No quinto dia após o nascimento do Príncipe, o Rei novamente convidou a corte vários eruditos, inclusive aqueles que haviam interpretado o sonho de sua esposa. Eles agora se reuniam para escolher um nome para a criança. Um dos membros, Kaundinya, observou algumas marcas no corpo da criança e disse ao Rei que o Príncipe, com certeza, renunciaria ao mundo e se tornaria um Buda. Esse homem, Kaudinya, viveu mais que os seus sete companheiros e anos mais tarde formou um grupo mais outros quatro companheiros. Tornaram-se discípulos do Príncipe e eram conhecidos como o grupo dos cinco anciões.
O Príncipe recebeu o nome de Siddharta que significa “desejo satisfeito”. O Rei perguntou aos sábios o que seu filho deveria ver que o levasse a renunciar ao mundo. Eles responderam “os quatro sinais; respectivamente, um homem decrépito, uma pessoa doente, um morto e um monge”. O Rei estava decidido a fazer com que seu filho se tornasse um grande governante. Ele veio a murar sua residência, protegendo-a com guardas que tinham ordens expressas de impedir a entrada de qualquer pessoa que correspondesse a essa descrição.
No palácio real, entretanto, a alegria seguiu-se uma profunda tristeza, pois, no sétimo dia, morria repentinamente a amável Rainha Maya, sendo o príncipe criado com carinho e desvelo por Mahaprajapati, irmã mais nova da Rainha.
Como um menino, Siddhartha foi deliberadamente protegido do lado mau da vida. Diz-se que ele foi criado em três locais, um em cada uma dessas estações: inverno, verão e monção. Seu pai cercou-o de opulência a fim de impedi-lo de ver as realidades da vida que o pudessem fazer renunciar à sua vida como um príncipe. Ele cresceu como um fino homem com uma notável personalidade, qualificado em todos os aspectos a ser um grande líder. A despeito de sua instrução luxuosa, Siddhartha possuía uma aguda sensibilidade e um profundo amor pela justiça, que o animaram a superar as condições difíceis em seu pais e a meditar profundamente sobre o destino do homem.
Quando tinha dezesseis anos, o jovem príncipe, embora desejasse tornar-se um asceta, concordou em se casar. Siddhartha concordou com a condição de encontrar uma moça "de perfeitas maneiras, verdadeira, modesta, simpática, de bom temperamento, de berço digno, jovem e bela, mas não orgulhosa de sua beleza, caridosa, abnegada, suave como uma irmã ou uma mãe, não interessada em música, perfumes, festividades ou vinho, de pensamentos, palavras e ações puros, a última a dormir e a primeira a se levantar na casa em que moraria." Siddhartha escolheu Yasodhara para ser sua esposa e tiveram um filho, Rahula. Todavia, seu casamento de prazer e pompa somente aumentou seu descontentamento.
Com o tempo, o Príncipe se cansou do luxo e dirigiu-se a seu pai, o Rei Suddhodana, pedindo-lhe permissão para sair dos limites do Palácio. O Rei, sem poder recusar o pedido de seu filho, ordenou que a cidade e os arredores fossem renovados e que todos os idosos e doentes fossem retirados das ruas.
Os primeiros passos para a iluminação
Numa imponente cerimônia, Siddharta foi conduzido em sua carruagem pelas ruas onde o povo estava reunido, a espera de ver o herdeiro do trono dos Sakya.
Nos dias de Sakyamuni as pessoas não tinham forte interesse em manter exatos registros históricos. Antes de registrarem as datas dos eventos mutantes na sociedade, estavam muito mais interessadas em descobrir o significado atrás de tais eventos em relação à natureza eterna do universo. Neste sentido, o ambiente cultural indiano estava propício à formação de profundos pensamentos filosóficos e religiosos, O fruto deste ambiente cultural foi naturalmente o budismo, o desafio de Sakyamuni ao bramanismo e aos outros pensamentos estabelecidos.
A tribo Sakya, governada pelo rei Shuddhodana Gautama, vivia na encosta sul do Himalaia, ao longo do rio Rohini. Este Rei estabelecera sua capital em Kapila, onde construíra um grande castelo, do qual governara sabiamente, conquistando assim a simpatia de seus súditos.
A Rainha chamava-se Maya, cujo pai era tio do Rei e que também era soberano de um distrito vizinho, do mesmo clã Sakya.
Conta-se que durante o Festival de Verão, a Rainha Maya recolheu-se aos seus aposentos para repousar... Ela sonhou que quatro seres celestiais vieram levá-la a cordilheira dos Himalaias. Lá ela recebeu vestes divinas. Surge então o futuro Buda, na forma de um soberbo elefante branco carregando uma flor de lótus e três vezes caminha ao redor de sua mãe. Ao despertar a Rainha descreveu seu sonho ao Rei que imediatamente reuniu sessenta e quatro eminentes estudiosos e pediu-lhes que interpretassem o texto. Eles então explicaram que a Rainha daria a luz um filho que, se optasse pela vida laica se tornaria um monarca mundial. Mas se ele optasse por abandonar a vida laica e renunciasse ao mundo, se tornaria um grande asceta, um ser iluminado.
Atendendo à tradição, a Rainha voltou à casa paterna, para dar à luz, ficando a meio caminho, no Jardim Lumbini para repousar, num alegre e bonito dia de primavera. Maravilhada com a beleza das flores de Asoka, estendeu seu braço direito para apanhar um ramo; ao fazer este movimento deu à luz a um príncipe. Todos manifestaram sua sincera alegria com a glória da Rainha e seu filho. Céu e Terra se regozijaram. Era o dia oito de abril.
No quinto dia após o nascimento do Príncipe, o Rei novamente convidou a corte vários eruditos, inclusive aqueles que haviam interpretado o sonho de sua esposa. Eles agora se reuniam para escolher um nome para a criança. Um dos membros, Kaundinya, observou algumas marcas no corpo da criança e disse ao Rei que o Príncipe, com certeza, renunciaria ao mundo e se tornaria um Buda. Esse homem, Kaudinya, viveu mais que os seus sete companheiros e anos mais tarde formou um grupo mais outros quatro companheiros. Tornaram-se discípulos do Príncipe e eram conhecidos como o grupo dos cinco anciões.
O Príncipe recebeu o nome de Siddharta que significa “desejo satisfeito”. O Rei perguntou aos sábios o que seu filho deveria ver que o levasse a renunciar ao mundo. Eles responderam “os quatro sinais; respectivamente, um homem decrépito, uma pessoa doente, um morto e um monge”. O Rei estava decidido a fazer com que seu filho se tornasse um grande governante. Ele veio a murar sua residência, protegendo-a com guardas que tinham ordens expressas de impedir a entrada de qualquer pessoa que correspondesse a essa descrição.
No palácio real, entretanto, a alegria seguiu-se uma profunda tristeza, pois, no sétimo dia, morria repentinamente a amável Rainha Maya, sendo o príncipe criado com carinho e desvelo por Mahaprajapati, irmã mais nova da Rainha.
Como um menino, Siddhartha foi deliberadamente protegido do lado mau da vida. Diz-se que ele foi criado em três locais, um em cada uma dessas estações: inverno, verão e monção. Seu pai cercou-o de opulência a fim de impedi-lo de ver as realidades da vida que o pudessem fazer renunciar à sua vida como um príncipe. Ele cresceu como um fino homem com uma notável personalidade, qualificado em todos os aspectos a ser um grande líder. A despeito de sua instrução luxuosa, Siddhartha possuía uma aguda sensibilidade e um profundo amor pela justiça, que o animaram a superar as condições difíceis em seu pais e a meditar profundamente sobre o destino do homem.
Quando tinha dezesseis anos, o jovem príncipe, embora desejasse tornar-se um asceta, concordou em se casar. Siddhartha concordou com a condição de encontrar uma moça "de perfeitas maneiras, verdadeira, modesta, simpática, de bom temperamento, de berço digno, jovem e bela, mas não orgulhosa de sua beleza, caridosa, abnegada, suave como uma irmã ou uma mãe, não interessada em música, perfumes, festividades ou vinho, de pensamentos, palavras e ações puros, a última a dormir e a primeira a se levantar na casa em que moraria." Siddhartha escolheu Yasodhara para ser sua esposa e tiveram um filho, Rahula. Todavia, seu casamento de prazer e pompa somente aumentou seu descontentamento.
Com o tempo, o Príncipe se cansou do luxo e dirigiu-se a seu pai, o Rei Suddhodana, pedindo-lhe permissão para sair dos limites do Palácio. O Rei, sem poder recusar o pedido de seu filho, ordenou que a cidade e os arredores fossem renovados e que todos os idosos e doentes fossem retirados das ruas.
Os primeiros passos para a iluminação
Numa imponente cerimônia, Siddharta foi conduzido em sua carruagem pelas ruas onde o povo estava reunido, a espera de ver o herdeiro do trono dos Sakya.
Os quatro sinais
Mas, de repente, surge inesperado, diante do príncipe um velho decrépito e tremulo. Sob o impacto dessa visão, o Príncipe indaga do seu escudeiro, o que havia com aquele homem. Channa, o escudeiro, responde que era a velhice a qual todos nos dirigimos e que também o príncipe um dia perderia o vigor e a juventude.
Vivamente impressionado, continuou o passeio. Mais adiante viu um homem fraco, cheio de feridas e pústulas, as moscas voando em cima e a expressão do rosto do homem era de dor, sofrimento.
-Que há com aquele homem? Tornou a perguntar.
- Ele está doente, senhor. É a sorte de quem não cuida da saúde e não se alimenta bem, sofrendo assim das fraquezas da carne.
- Isto pode acontecer com qualquer um?
- Todos estão sujeitos a passar pela mesma coisa. - Disse o servo.
Continuando a excursão, ele viu a procissão de um enterro. Era tão grande o pesar das pessoas, todos tão tristes, muitos choravam, e uma pessoa inerte ia sendo carregada pelos demais. Adiantando-se à pergunta do Príncipe, Channa arrematou: É a morte.
Sem tempo para ordenar as idéias, Siddhartha quis abandonar o local, quando, de maneira abrupta, uma nova cena saltou aos olhos.
Mas, de repente, surge inesperado, diante do príncipe um velho decrépito e tremulo. Sob o impacto dessa visão, o Príncipe indaga do seu escudeiro, o que havia com aquele homem. Channa, o escudeiro, responde que era a velhice a qual todos nos dirigimos e que também o príncipe um dia perderia o vigor e a juventude.
Vivamente impressionado, continuou o passeio. Mais adiante viu um homem fraco, cheio de feridas e pústulas, as moscas voando em cima e a expressão do rosto do homem era de dor, sofrimento.
-Que há com aquele homem? Tornou a perguntar.
- Ele está doente, senhor. É a sorte de quem não cuida da saúde e não se alimenta bem, sofrendo assim das fraquezas da carne.
- Isto pode acontecer com qualquer um?
- Todos estão sujeitos a passar pela mesma coisa. - Disse o servo.
Continuando a excursão, ele viu a procissão de um enterro. Era tão grande o pesar das pessoas, todos tão tristes, muitos choravam, e uma pessoa inerte ia sendo carregada pelos demais. Adiantando-se à pergunta do Príncipe, Channa arrematou: É a morte.
Sem tempo para ordenar as idéias, Siddhartha quis abandonar o local, quando, de maneira abrupta, uma nova cena saltou aos olhos.
Viu um homem esfarrapado e esquelético que, apesar de pedir esmolas com uma tigela, mostrava o olhar sereno de um vencedor. Aquele é um homem santo. Não se deixa mais arrastar pelas paixões mundanas. Ele parece ter entendido o significado da vida. Disse Channa. O monge mendicante tinha a cabeça raspada e vestia apenas um manto amarelo. Foi na serenidade desse monge que Siddhartha percebeu que existia uma saída que conduzia ao despertar. Siddhartha quis então descobrir o segredo dessa serenidade e doá-la ao mundo.
Após o nascimento de seu filho, que poderia tornar-se seu sucessor, Siddhartha tentou separar-se de sua família e do trono. Ele estava destinado a encontrar a solução para os sofrimentos humanos - velhice, doença e morte.
No dia da renúncia, Siddhartha pensou em dar uma olhada em seu filho, e dirigiu-se aos aposentos de Yasodhara. Sua esposa estava adormecida em seu leito, com sua mão descansando suavemente sobre a cabeça de seu filho. Siddhartha parou antes de entrar no aposento e pensou: "Se levantar a mão de Yasodhara e abraçar meu filho, ela acordará e minha partida será impedida. Retornarei e vê-lo-ei após ter atingido a iluminação.
Naquele exato momento, Sakyamuni compreendeu que a vida se estende por todo o universo, desde o passado sem limites até o eterno futuro. Ele não somente compreendeu a essência da vida do universo, como percebeu que a sua própria vida estava respirando em perfeita harmonia com todo o ritmo cósmico. Sakyamuni mostrou então ser um Buda, o Iluminado. Ele compreendeu totalmente a lei da causalidade: o destino de toda a humanidade que permeia as três existências da vida. Naquele momento, nasceu o budismo, que começou a expandir as ondas de sua imensurável influência na história da humanidade.
Com a iluminação, ele havia sem dúvida encontrado o meio de superar todos os sofrimentos humanos - o nascimento, a velhice, a doença e a morte. Simultaneamente, descobriu ainda que, o que havia experimentado estava além da descrição por palavras, embora não fosse nada sobrenatural ou além da capacidade humana. Sakyamuni percebeu que todos os sofrimentos provém de as ilusões e a natureza obscura dos homens ocultarem o estado de Buda que todos possuem. O Buda compreendeu, todavia, que as pessoas jamais poderiam compreender a real profundidade da Lei Mística da vida, se esta lhes fosse diretamente apresentada. Ele se preocupou em como fazer com que a lei da causalidade fosse compreendida por todos aqueles que sofrem das miríades de dores espirituais e doenças físicas.
Como se fosse um excelente médico, o jovem de trinta anos surgiu diante de seus pacientes abatidos e explicou-lhes a lei da vida, de acordo com a seriedade de suas moléstias. O Buda foi um filósofo e mestre de inigualável sabedoria; era dono de coragem sem igual em sua prática religiosa. Ele foi um extraordinário mestre que guiou os corações do povo indiano.
O Buda começou a devotar a sua vida para transmitir a sua filosofia as pessoas comuns. Tendo encontrado a grande solução da profunda verdade da vida, questionou a quem poderia, em primeira mão, revelar a verdade. Lembrou-se, então, dos cinco errantes que haviam sido seus companheiros, e viajou para Sarnat (Parque dos Gamos) em Benares, onde eles e muitos outros ascetas levavam uma vida religiosa.
Após o nascimento de seu filho, que poderia tornar-se seu sucessor, Siddhartha tentou separar-se de sua família e do trono. Ele estava destinado a encontrar a solução para os sofrimentos humanos - velhice, doença e morte.
No dia da renúncia, Siddhartha pensou em dar uma olhada em seu filho, e dirigiu-se aos aposentos de Yasodhara. Sua esposa estava adormecida em seu leito, com sua mão descansando suavemente sobre a cabeça de seu filho. Siddhartha parou antes de entrar no aposento e pensou: "Se levantar a mão de Yasodhara e abraçar meu filho, ela acordará e minha partida será impedida. Retornarei e vê-lo-ei após ter atingido a iluminação.
Naquele exato momento, Sakyamuni compreendeu que a vida se estende por todo o universo, desde o passado sem limites até o eterno futuro. Ele não somente compreendeu a essência da vida do universo, como percebeu que a sua própria vida estava respirando em perfeita harmonia com todo o ritmo cósmico. Sakyamuni mostrou então ser um Buda, o Iluminado. Ele compreendeu totalmente a lei da causalidade: o destino de toda a humanidade que permeia as três existências da vida. Naquele momento, nasceu o budismo, que começou a expandir as ondas de sua imensurável influência na história da humanidade.
Com a iluminação, ele havia sem dúvida encontrado o meio de superar todos os sofrimentos humanos - o nascimento, a velhice, a doença e a morte. Simultaneamente, descobriu ainda que, o que havia experimentado estava além da descrição por palavras, embora não fosse nada sobrenatural ou além da capacidade humana. Sakyamuni percebeu que todos os sofrimentos provém de as ilusões e a natureza obscura dos homens ocultarem o estado de Buda que todos possuem. O Buda compreendeu, todavia, que as pessoas jamais poderiam compreender a real profundidade da Lei Mística da vida, se esta lhes fosse diretamente apresentada. Ele se preocupou em como fazer com que a lei da causalidade fosse compreendida por todos aqueles que sofrem das miríades de dores espirituais e doenças físicas.
Como se fosse um excelente médico, o jovem de trinta anos surgiu diante de seus pacientes abatidos e explicou-lhes a lei da vida, de acordo com a seriedade de suas moléstias. O Buda foi um filósofo e mestre de inigualável sabedoria; era dono de coragem sem igual em sua prática religiosa. Ele foi um extraordinário mestre que guiou os corações do povo indiano.
O Buda começou a devotar a sua vida para transmitir a sua filosofia as pessoas comuns. Tendo encontrado a grande solução da profunda verdade da vida, questionou a quem poderia, em primeira mão, revelar a verdade. Lembrou-se, então, dos cinco errantes que haviam sido seus companheiros, e viajou para Sarnat (Parque dos Gamos) em Benares, onde eles e muitos outros ascetas levavam uma vida religiosa.
A iluminação
Ele viajou uma grande distância para visitar Magadha, então o centro cultural e político da índia, determinado a buscar novos pensamentos e cultura. Em Magadha vários monges sérios estavam reunidos de todos os cantos do país. Entre eles estavam as seis principais figuras que tinham começado a destruir o sistema de valor estabelecido pelo bramanismo. Ele viu-se descontente com o extremo negativismo e os rigorosos mandamentos deles, e procurou instrução de duas outras autoridades brâmanes, mas também viu que de nada adiantava. Convenceu-se de que a prática de meditação deles não devia ser considerada o próprio fim, mas os meios pelos quais atingiria a iluminação para o verdadeiro significado da vida e da morte.
A procura de algo mais profundo, Siddhartha deixou o eremitério da Rajagrha, a capital de Magadha, e recolheu-se na floresta próxima de Uruvilava-grama, uma vila situada às margens do rio Nairanjanana. Visto que o ascetismo rigoroso era visto como algo essencial para se atingir a iluminação, ele submeteu-se a uma severa e rigorosa disciplina durante seis anos. Comeu apenas um grão de arroz ou uma semente de gergelim por dia, praticou a redução da sua respiração, submetendo-se a um ascetismo tão extremo, que alguns pensaram que ele havia morrido em razão do seu aspecto desgastado e raquítico, Todavia, ele possuía a convicção de estar praticando a mais completa forma de automortificação, sem paralelo no passado, presente e futuro. Entretanto, tudo isso levou-o apenas a concluir que esse ascetismo não era o caminho para a iluminação ou liberação. A seguir, renunciou à prática da automortificação, não abandonando porém, o seu objetivo; pelo contrário, sua renúncia constituiu o passo mais significativo para a sua iluminação.
Ele abandonou o caminho até então seguido, e decidiu recuperar a resistência física. Primeiramente, purificou seu corpo num rio e então comeu uma tigela de alimento trazida por uma criada da vila. Quando os cinco ascetas que o acompanhavam viram-no alimentando-se com leite, mel e arroz, concluíram que Siddhartha havia se entregado ao comodismo, e voltaria logo à vida de prazeres. Apesar disso, estava orgulhoso e confiante nos resultados de sua procura solitária pelo Caminho Médio, entre o vazio do ascetismo e a frívola procura dos prazeres.
Ele percebeu que estava muito próximo de atingir a plena iluminação e andou até Bodh Gaya. Ali, num dia de lua cheia do quarto mês do calendário lunar, sentou-se em postura meditativa sob uma árvore bodhi e jurou que não sairia da meditação antes de atingir a perfeita iluminação.
Ao cair da noite, Mara Devaputra, o chefe de todos os demônios deste mundo, tentou perturbar a concentração de Sidarta provocando aparições aterrorizantes. Manifestou hostes de tenebrosos demônios – alguns arremessavam lanças e flechas contra Sidarta, outros tentavam queimá-lo com fogo ou atiravam blocos de pedras e até montanhas sobre ele. Sidarta permaneceu completamente impassível.
Pela força de sua concentração, projéteis, pedras e montanhas apareciam-lhe como uma chuva de flores perfumadas, e as labaredas incandescentes convertiam-se em luminosas oferendas de arco-íris.
Ao ver que o medo não faria Sidarta abandonar sua meditação, Mara Devaputra tentou distraí-lo emanando um séquito de mulheres sedutoras.
Porém, Sidarta reagiu concentrando-se ainda mais profundamente. Assim, ele triunfou sobre todos os demônios deste mundo, motivo pelo qual, mais tarde, tornou-se conhecido como “Buda Conquistador”.
Depois desse episódio, Sidarta prosseguiu com sua meditação até o alvorecer, quando atingiu a última mente de um ser limitado. Com essa concentração, ele removeu os derradeiros véus da ignorância e, no instante seguinte, tornou-se um Buda, um ser plenamente iluminado.
Naquele exato momento, Sakyamuni compreendeu que a vida se estende por todo o universo, desde o passado sem limites até o eterno futuro. Ele não somente compreendeu a essência da vida do universo, como percebeu que a sua própria vida estava respirando em perfeita harmonia com todo o ritmo cósmico. Sakyamuni mostrou então ser um Buda, o Iluminado. Ele compreendeu totalmente a lei da causalidade: o destino de toda a humanidade que permeia as três existências da vida. Naquele momento, nasceu o budismo, que começou a expandir as ondas de sua imensurável influência na história da humanidade.
Com a iluminação, ele havia sem dúvida encontrado o meio de superar todos os sofrimentos humanos - o nascimento, a velhice, a doença e a morte. Simultaneamente, descobriu ainda que, o que havia experimentado estava além da descrição por palavras, embora não fosse nada sobrenatural ou além da capacidade humana. Sakyamuni percebeu que todos os sofrimentos provém de as ilusões e a natureza obscura dos homens ocultarem o estado de Buda que todos possuem. O Buda compreendeu, todavia, que as pessoas jamais poderiam compreender a real profundidade da Lei Mística da vida, se esta lhes fosse diretamente apresentada. Ele se preocupou em como fazer com que a lei da causalidade fosse compreendida por todos aqueles que sofrem das miríades de dores espirituais e doenças físicas.
Como se fosse um excelente médico, o jovem de trinta anos surgiu diante de seus pacientes abatidos e explicou-lhes a lei da vida, de acordo com a seriedade de suas moléstias. O Buda foi um filósofo e mestre de inigualável sabedoria; era dono de coragem sem igual em sua prática religiosa. Ele foi um extraordinário mestre que guiou os corações do povo indiano.
O Buda começou a devotar a sua vida para transmitir a sua filosofia as pessoas comuns. Tendo encontrado a grande solução da profunda verdade da vida, questionou a quem poderia, em primeira mão, revelar a verdade. Lembrou-se, então, dos cinco errantes que haviam sido seus companheiros, e viajou para Sarnat (Parque dos Gamos) em Benares, onde eles e muitos outros ascetas levavam uma vida religiosa.
O primeiro sermão do Buda foi pregado aos amigos próximos que, com ele, haviam praticado a automortificação. Vivendo entre eles, o iluminado agiu confiantemente, ensinando-os a chegar ao conhecimento do Caminho Médio, segundo as Quatro Nobres Verdades e o Caminho Octuplo. Com base nestas doutrinas, mostrou-lhes os caminhos fáceis e concretos com que poderiam extinguir os desejos incontroláveis e persistir na busca, até entrar no Nirvana. Sakyamuni não lhes apresentou diretamente a essência do Nirvana; primeiramente, teve que usar expedientes, meios de praticas fáceis e temporárias, que se adaptavam a ilimitada compreensão de cada um. Dessa forma, os cinco ascetas puderam compreender os sermões, tornando-se seus discípulos.
A propagação devotada
O Buda expôs os seus ensinos através de diálogos com os seus adeptos. Naquela época, um crescente número de pessoas começava a abandonar o bramanismo tradicional em favor da nova religião, pois os ensinos do Buda eram uma nova interpretação da vida, muito além das doutrinas bramanistas, sendo ainda transmitidos através dos pensamentos populares da época.
O bramanismo havia estabelecido um rígido sistema de castas, onde apenas os brâmanes eram considerados legítimos intermediários entre o homem e Deus.
O povo indiano era dividido em quatro classes, sendo proibida a mistura de elementos de castas diferentes. As normas sociais implantaram as raízes de uma atitude resignada nas profundezas do coração do povo.
O Buda era totalmente contrário à dominação por classes e ensinava que todos os homens eram fundamentalmente iguais, apesar de suas diferentes habilidade. Isto fez com que as pessoas de todos os níveis, desde os brâmanes aos sudras (na época, a classe mais baixa na sociedade da índia), se convertessem ao budismo. Um outro ponto inédito e essencial dos ensinos do Buda foi a lei da causalidade - o ciclo eterno do existente e do potencial.
Dessa forma, o budismo espalhou-se por toda a Índia, devido à sua natureza democrática e lógica, recebendo o apoio dos plebeus e dos reis, dos pobres e dos ricos, através de todo o território. É digna de nota a conversão do rei Bimbisara, de Magadha, além de outros eminentes brâmanes que tiveram grande influência no futuro desenvolvimento do budismo.
Entre os discípulos do Buda, havia dez discípulos que se destacaram pela capacidade, e que se dedicaram a propagação dos ensinos do seu mestre. Sakyamuni fez com que os Dez Grandes Discípulos desenvolvessem suas respectivas virtudes e qualidades, para formarem outros discípulos, Primeiramente, os ensinos foram pregados nas áreas de Rajagrha, Magadha e Índia Central. Mais tarde, estenderam-se pela região de Shravasti, em Kosala e na Índia Setentrional, onde um mosteiro foi doado por Sudatta, um rico e fervoroso discípulo, para uso nas estações chuvosas.
Lá, Sakyamuni passou metade de sua vida expondo incessantemente os seus ensinos, No final, dois terços da população de Shravasti converteram-se ou aceitaram os ensinos do Buda. Entretanto, a propagação não era tarefa fácil. Sakyamuni teve que continuar lutando tenazmente contra as ameaças incessantemente fomentadas pelos brâmanes, assim como pelo seu próprio primo, Devadatta. As grandes adversidades sofridas por Sakyamuni e seus seguidores serviram ainda mais para demonstrar o resultado real da prática baseada no espírito de abnegação.
Sem o desafio corajoso e tenaz em sua vida, uma pessoa não pode ter esperanças ou progressos futuros. Apesar de encontrar inúmeras dificuldades, Sakyamuni foi destemido em seu objetivo de propagar a iluminação e a felicidade entre seu povo. Apesar de perceber claramente as contradições inerentes no sistema de castas, Sakyamuni não procurou causar uma mera revolução no sistema social. Sabendo que a causa direta do sofrimento não se encontrava em outro lugar senão no coração de cada pessoa, procurou ensinar a todos o caminho pelo qual poderiam transformar seus próprios destinos. Foi muito caloroso com seus discípulos, e ao mesmo tempo rigoroso, afim de ensinar-lhes as verdadeiras responsabilidades como seres humanos e levá-los a uma existência perfeitamente livre. Ele estava ciente de que somente a felicidade individual generalizada poderia resultar na segurança da sociedade como um todo.
Esse ideal foi colocado em prática em sua ordem religiosa, denominada Sangha, cujos membros eram unidos pela fé comum, buscando igualmente o verdadeiro caminho da vida, independente de seu nível social. Quando o budismo, partindo de Shravasti, propagou-se pelas outras cidades, Sakyamuni teve que passar a preocupar-se com o crescente número de sacerdotes e crentes leigos. Diversas vezes, deu orientações básicas para manter a ordem religiosa no caminho correto da fé. A intenção do Iluminado não consistia em carregar seus discípulos com o peso das obrigações, mas permitir-lhes descobrir infalivelmente a vida do grande Caminho Médio. Entretanto, é verdade que, após o falecimento do Buda, muitos mandamentos foram criados para administrar a ordem. Por essa razão, o budismo é freqüentemente encarado como um ensino de preceitos imoderados ou práticas ascéticas.
Para ensinar seu conceito iluminado de humanismo, o Buda viajou por rotas de caravanas durante toda a sua vida. Em seus últimos dias, tristes eventos ocorreram. Seus dois discípulos de maior confiança, Sharihotsu (Shariputra) e Mokuren (Maudgalyayana) faleceram. Estes dois líderes freqüentemente auxiliaram as pregações do seu mestre e, nos momentos críticos, protegeram-no das tramas de Devadatta. Apesar de entristecido com a morte desses dois discípulos, Sakyamuni encorajou os seguidores que estavam igualmente em desespero, ensinando-lhes que não deveriam jamais se abalar com os aspectos mutáveis da vida, mas esforçarem-se sempre para desenvolverem seu caráter. Nesse meio tempo, o Reino Sakya caiu sob o domínio de Kosala. A terrível situação serviu somente para estimulá-lo a continuar sua jornada para que todos pudessem reconhecer o indestrutível mundo interno que ele havia descoberto.
A procura da verdade última da vida
Após a queda de sua terra natal, Sakyamuni retornou a Rajagrha, em Magadha, onde permaneceu por um certo período. No Pico da Águia, a certa distância da cidade, continuou a pregar diversos ensinos aos seus discípulos e compilá-los mais tarde no que seria o Sutra de Lótus.
Tendo recuperado as forças na montanha, o Buda recomeçou as viagens, apesar de contar com oitenta anos de idade. Juntamente com Ananda, cruzou o do Ganges, em direção a Vaishali, continuando a pregação as pessoas com quem encontrava, de Vaishali, dirigiu-se a Pava, parando numa floresta, cujo proprietário era um homem de nome Cunda.
Entusiasmado por ouvir os ensinos do Buda, Cunda, um ferreiro, convidou-o para comer em sua casa, onde preparara uma refeição com toda a sinceridade.
Entretanto, após a refeição, foi acometido de uma terrível enfermidade. Porém, lúcido e com pleno controle, suportou-a sem lamentações. após uma leve recuperação, juntou suas energias para prosseguir, mas foi impedido por uma recaída. Kusinagara, a sudeste de sua terra natal, Kapilavastu, foi o local de seu último suspiro.
Ali chegando, o Buda percebeu que sua hora havia chegado, e pediu a Ananda que fizesse uma cama entre duas árvores sala gêmeas para que pudesse deitar-se.
Enquanto permanecia deitado, veio um caminhante que, tendo ouvido sobre a morte iminente do Buda, desejava falar com ele, para solucionar algumas dúvidas. Ananda, preocupado com o estado em que se encontrava o Buda, impediu-lhe a passagem. Ouvindo a discussão, o Buda permitiu-lhe que se aproximasse e perguntasse o que desejava. 0 caminhante teve a dúvida esclarecida e, satisfeito com o ensino, converteu-se. Este foi o último discípulo convertido pelo próprio Buda. Nesse dia, ele completou oitenta anos de idade. As últimas palavras que dirigiu aos discípulos, foram: "O fim e inerente a todos os seres! Procurem a sua salvação com persistência!" Uma lenda budista afirma que "as duas arvores sala gêmeas transformaram-se em flores, desabrochando fora da estação. Elas se desprenderam e caíram, espalhando-se e cobrindo todo o corpo do Buda. E a música celeste soou pelos ares..." Era o fim da vida sublime do Buda Sakyamuni, que havia procurado paz e harmonia durante toda a sua existência, em dedicação a Lei Mística.
O seu mais elevado pensamento foi incorporado no Sutra de Lótus, ensinado durante seus últimos oito anos da vida. Antes de revelar o verdadeiro ensino, ou a total profundeza de sua iluminação, Sakyamuni sentiu que deveria antes propor expedientes temporários que estivessem de acordo coma capacidade do povo. Nos primeiros ensinos do Buda, conhecidos como budismo Hinayana, ele fez advertências as pessoas que procuravam a felicidade nos prazeres materiais e físicos, permitindo-lhes perceber a inutilidade e a transitoriedade dessas vidas. O budismo Hinayana foi um sistema rigoroso e complexo que exigia a prática de severas austeridades para extinguir os desejos mundanos.
A seguir, o Buda revelou a felicidade eterna no budismo Mahayana provisório, através de citações de um paraíso em um outro mundo, onde os homens entrariam após a morte. Então, no seu mais elevado ensino, o Sutra de Lótus, tornou claro que, para aquele que percebe a realidade última em sua vida, o seu próprio mundo se transforma numa terra eternamente iluminada.
Qual e a realidade última da vida! O próprio Sakyamuni permaneceu calado a esse respeito. Especialmente para resolver esta questão, muitos estudiosos budistas passaram todas as suas vidas buscando a essência da iluminação de Sakyamuni. Foi somente com o advento do Buda Original Nitiren Daishonin, que esta realidade última foi esclarecida. Daishonin revelou o Gohonzon como sendo a realidade última da vida, para que toda a humanidade da época atual, denominada Mappo, pudesse igualmente despertar para o caminho da iluminação.
As ilustrações Publicadas nesta matéria são de autoria de Sandro Neto Ribeiro, o texto foi publicado originalmente no romance Nova Revolução Humana e adaptado com outras fontes da internet por Sandro Neto Ribeiro
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Um comentário:
Facinante a historia do Budismo Sakyamuni com toda sabedoria do Buda, conseguiu atingir a iluminação e fazendo todos os seres acreditarem na paz que existe dentro de cada um. Serei eternamente grata por praticar esse maravilhoso ensino de Daishonin por toda a vida, levando a coragem e felicidade a todas as pessoas do mundo!
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