"Quando sua determinação muda, tudo o mais começa a se mover

em direção ao seu desejo".

29 de jul. de 2008

Deuses Budistas

Em setembro, dois fatos marcaram a vida do Buda Original Nitiren Daishonin. Em 12 de setembro de 1271, Hei-no Saemon aprisionou Daishonin e conduziu-o a Tatsunokuti a fim de decapitá-lo. No momento da execução, um enorme corpo luminoso voou pelo céu, tornando o local tão claro como o dia e cegando o carrasco. Os guerreiros, aterrorizados, não foram capazes de cumprir seu intento. Esse episódio tornou-se conhecido posteriormente como a Perseguição de Tatsunokuti, ocasião em que Daishonin revelou sua identidade de Buda.

O segundo foi a Perseguição de Atsuhara, ocorrida no início de setembro de 1279, quando bonzos heréticos, com o apoio dos oficiais do regime Hojo, atacaram seguidores de Nitiren Daishonin. Vinte lavradores foram presos e torturados para fazê-los abandonar a fé no Verdadeiro Budismo, sendo que três foram mortos. Porém todos, se mantiveram resolutos. Ouvindo sobre esses crentes que, mesmo ao custo da própria vida, lutaram para defender sua fé, Daishonin entendeu que era chegada a época de concretizar o propósito de seu advento neste mundo inscrevendo o Dai-Gohonzon.

O surgimento do corpo luminoso na Perseguição de Tatsunokuti pode ser associado nos dias atuais a um meteoro ou a qualquer tipo de fragmento que constantemente cai ou passa por nosso planeta. Entretanto, como consta na escritura “Comportamento do Buda”, quando era conduzido para o local da execução, Daishonin afirmou numa voz sonora: “Bodhisattva Hatiman, sois verdadeiramente um deus? Quando Wake-no Kiyomaro estava para ser decapitado, vós aparecestes como uma lua de trinta pés de diâmetro. Quando Dengyo, o Grande, fez preleções sobre o Sutra de Lótus, vós lhe concedestes uma sobrepeliz púrpura. Agora, eu, Nitiren, sou o maior devoto do Sutra de Lótus no Japão. Não sou culpado de nada. Vim expondo a Lei para impedir que todos os japoneses caíssem no inferno dos incessantes sofrimentos, ao qual já estão condenados por causa de sua calúnia contra o Sutra de Lótus. Enquanto isso, se o império mongol atacar este país, como poderão os deuses budistas tais como Tensho Daijin e Hatiman permanecer sãos e salvos? E mais, quando o Buda Sakyamuni expôs o Sutra de Lótus, havia uma grande assembléia com Taho e todos os outros budas e bodhisattvas que pareciam como se fossem muitos sóis, luas, estrelas e espelhos. Na presença dos budas e deuses da Índia, China e Japão, o Lorde Buda solicitou a todos os deuses budistas jurar proteger o devoto do Sutra de Lótus sem a mínima negligência. Cada um de vós, deuses budistas, obedeceu ao seu decreto. Agora, por que quando eu, Nitiren, protesto contra vós, não estais aqui para cumprir vosso juramento imediatamente?” (END, vol. 1, pág. 161.)

A aparição do corpo luminoso não foi apenas uma coincidência. Daishonin, como devoto do Sutra de Lótus, havia cumprido as profecias descritas por Sakyamuni, preocupando-se constantemente com a felicidade das pessoas. Portanto, era natural que Daishonin convocasse a proteção dos deuses budistas, o que acabou se confirmando com o surgimento do corpo luminoso, amedrontando os perseguidores.

Em relação a essa passagem, pode ocorrer a seguinte dúvida: “Qual a relação entre os deuses budistas, citados em várias passagens do Gosho (as escrituras de Daishonin) e nas orientações do presidente Ikeda, e o Nam-myoho-rengue-kyo, uma vez que este é considerado como a suprema entidade do Universo?”

Como explicado na matéria da reunião de palestra do último mês, o Budismo de Nitiren Daishonin não acredita na existência de deuses. Os vários deuses budistas citados nesse ensino, como Bonten, Taishaku, Nitten, Gatten e os Quatro Reis Celestes, são considerados como funções da natureza e do Universo e, portanto, manifestações do Nam-myoho-rengue-kyo.

Na Cerimônia no Ar, uma alegoria contada no Sutra de Lótus, os budas e bodhisattvas comprometem-se a proteger os seguidores do Verdadeiro Budismo. Do ponto de vista da filosofia de Nitiren Daishonin, a proteção dos “deuses budistas” significa que as pessoas, ao harmonizarem sua vida à lei cósmica do Nam-myoho-rengue-kyo, criam condições favoráveis em seu ambiente. Em outras palavras, significa que as funções dos deuses budistas estão contidas no próprio Nam-myoho-rengue-kyo. Além disso, as funções representadas pelos deuses estão contidas na vida das pessoas, as quais se manifestam pela recitação do Gongyo e do Daimoku. Por essa razão, o presidente Toda disse certa ocasião: “Quando nos voltamos para o Leste e saudamos os deuses budistas, então imediatamente os deuses budistas inerentes em nosso próprio coração elevam-se pelo Universo. Quando nos voltamos para o Gohonzon, na segunda oração, todos os deuses budistas ocupam seus lugares atrás de nós. Se eu fosse saudar os deuses budistas exatamente agora, então, desconsiderando se é noite ou dia, todos tomariam seus lugares atrás de mim e saudariam o Gohonzon. E esses deuses budistas atuariam para concretizar meu desejo. Assim está determinado.” (Apostila do Exame de Budismo 2000, págs. 72–73.)

Quando falamos de Nitten e Gatten, os deuses do Sol e da Lua, não queremos dizer que há um “deus do Sol” e um “deus da Lua”, mas que esses dois astros, o Sol e a Lua, possuem um papel fundamental para a sobrevivência dos seres vivos e o equilíbrio da natureza no planeta Terra. Quando somos afetados por um longo período de estiagem, a produção agrícola e, em conseqüência, a própria sobrevivência dos seres vivos, são afetados. Quanto mais as pessoas estiverem recitando o Nam-myoho-rengue-kyo, mais os “deuses budistas”, ou seja, o Universo e o ambiente, trabalharão para a harmonia e felicidade de cada pessoa.

Como protagonistas do Kossen-rufu e responsáveis pela harmonia em nosso ambiente, vamos nos empenhar constantemente e comprovar as palavras do presidente Ikeda: “Se trabalharmos arduamente para protegermos e incentivarmos mil companheiros, mil deuses budistas nos protegerão. Se protegermos dez mil companheiros, dez mil deuses budistas nos protegerão. Se manipularmos nossos membros para nossos próprios objetivos egoístas, então os deuses budistas virarão as costas para nós existência após existência.” (Brasil Seikyo, edição nº 1449, 21 de fevereiro de 1998, pág. 3.)
Em setembro, dois fatos marcaram a vida do Buda Original Nitiren Daishonin. Em 12 de setembro de 1271, Hei-no Saemon aprisionou Daishonin e conduziu-o a Tatsunokuti a fim de decapitá-lo. No momento da execução, um enorme corpo luminoso voou pelo céu, tornando o local tão claro como o dia e cegando o carrasco. Os guerreiros, aterrorizados, não foram capazes de cumprir seu intento. Esse episódio tornou-se conhecido posteriormente como a Perseguição de Tatsunokuti, ocasião em que Daishonin revelou sua identidade de Buda.

O segundo foi a Perseguição de Atsuhara, ocorrida no início de setembro de 1279, quando bonzos heréticos, com o apoio dos oficiais do regime Hojo, atacaram seguidores de Nitiren Daishonin. Vinte lavradores foram presos e torturados para fazê-los abandonar a fé no Verdadeiro Budismo, sendo que três foram mortos. Porém todos, se mantiveram resolutos. Ouvindo sobre esses crentes que, mesmo ao custo da própria vida, lutaram para defender sua fé, Daishonin entendeu que era chegada a época de concretizar o propósito de seu advento neste mundo inscrevendo o Dai-Gohonzon.

O surgimento do corpo luminoso na Perseguição de Tatsunokuti pode ser associado nos dias atuais a um meteoro ou a qualquer tipo de fragmento que constantemente cai ou passa por nosso planeta. Entretanto, como consta na escritura “Comportamento do Buda”, quando era conduzido para o local da execução, Daishonin afirmou numa voz sonora: “Bodhisattva Hatiman, sois verdadeiramente um deus? Quando Wake-no Kiyomaro estava para ser decapitado, vós aparecestes como uma lua de trinta pés de diâmetro. Quando Dengyo, o Grande, fez preleções sobre o Sutra de Lótus, vós lhe concedestes uma sobrepeliz púrpura. Agora, eu, Nitiren, sou o maior devoto do Sutra de Lótus no Japão. Não sou culpado de nada. Vim expondo a Lei para impedir que todos os japoneses caíssem no inferno dos incessantes sofrimentos, ao qual já estão condenados por causa de sua calúnia contra o Sutra de Lótus. Enquanto isso, se o império mongol atacar este país, como poderão os deuses budistas tais como Tensho Daijin e Hatiman permanecer sãos e salvos? E mais, quando o Buda Sakyamuni expôs o Sutra de Lótus, havia uma grande assembléia com Taho e todos os outros budas e bodhisattvas que pareciam como se fossem muitos sóis, luas, estrelas e espelhos. Na presença dos budas e deuses da Índia, China e Japão, o Lorde Buda solicitou a todos os deuses budistas jurar proteger o devoto do Sutra de Lótus sem a mínima negligência. Cada um de vós, deuses budistas, obedeceu ao seu decreto. Agora, por que quando eu, Nitiren, protesto contra vós, não estais aqui para cumprir vosso juramento imediatamente?” (END, vol. 1, pág. 161.)

A aparição do corpo luminoso não foi apenas uma coincidência. Daishonin, como devoto do Sutra de Lótus, havia cumprido as profecias descritas por Sakyamuni, preocupando-se constantemente com a felicidade das pessoas. Portanto, era natural que Daishonin convocasse a proteção dos deuses budistas, o que acabou se confirmando com o surgimento do corpo luminoso, amedrontando os perseguidores.

Em relação a essa passagem, pode ocorrer a seguinte dúvida: “Qual a relação entre os deuses budistas, citados em várias passagens do Gosho (as escrituras de Daishonin) e nas orientações do presidente Ikeda, e o Nam-myoho-rengue-kyo, uma vez que este é considerado como a suprema entidade do Universo?”

Como explicado na matéria da reunião de palestra do último mês, o Budismo de Nitiren Daishonin não acredita na existência de deuses. Os vários deuses budistas citados nesse ensino, como Bonten, Taishaku, Nitten, Gatten e os Quatro Reis Celestes, são considerados como funções da natureza e do Universo e, portanto, manifestações do Nam-myoho-rengue-kyo.

Na Cerimônia no Ar, uma alegoria contada no Sutra de Lótus, os budas e bodhisattvas comprometem-se a proteger os seguidores do Verdadeiro Budismo. Do ponto de vista da filosofia de Nitiren Daishonin, a proteção dos “deuses budistas” significa que as pessoas, ao harmonizarem sua vida à lei cósmica do Nam-myoho-rengue-kyo, criam condições favoráveis em seu ambiente. Em outras palavras, significa que as funções dos deuses budistas estão contidas no próprio Nam-myoho-rengue-kyo. Além disso, as funções representadas pelos deuses estão contidas na vida das pessoas, as quais se manifestam pela recitação do Gongyo e do Daimoku. Por essa razão, o presidente Toda disse certa ocasião: “Quando nos voltamos para o Leste e saudamos os deuses budistas, então imediatamente os deuses budistas inerentes em nosso próprio coração elevam-se pelo Universo. Quando nos voltamos para o Gohonzon, na segunda oração, todos os deuses budistas ocupam seus lugares atrás de nós. Se eu fosse saudar os deuses budistas exatamente agora, então, desconsiderando se é noite ou dia, todos tomariam seus lugares atrás de mim e saudariam o Gohonzon. E esses deuses budistas atuariam para concretizar meu desejo. Assim está determinado.” (Apostila do Exame de Budismo 2000, págs. 72–73.)

Quando falamos de Nitten e Gatten, os deuses do Sol e da Lua, não queremos dizer que há um “deus do Sol” e um “deus da Lua”, mas que esses dois astros, o Sol e a Lua, possuem um papel fundamental para a sobrevivência dos seres vivos e o equilíbrio da natureza no planeta Terra. Quando somos afetados por um longo período de estiagem, a produção agrícola e, em conseqüência, a própria sobrevivência dos seres vivos, são afetados. Quanto mais as pessoas estiverem recitando o Nam-myoho-rengue-kyo, mais os “deuses budistas”, ou seja, o Universo e o ambiente, trabalharão para a harmonia e felicidade de cada pessoa.

Como protagonistas do Kossen-rufu e responsáveis pela harmonia em nosso ambiente, vamos nos empenhar constantemente e comprovar as palavras do presidente Ikeda: “Se trabalharmos arduamente para protegermos e incentivarmos mil companheiros, mil deuses budistas nos protegerão. Se protegermos dez mil companheiros, dez mil deuses budistas nos protegerão. Se manipularmos nossos membros para nossos próprios objetivos egoístas, então os deuses budistas virarão as costas para nós existência após existência.” (Brasil Seikyo, edição nº 1449, 21 de fevereiro de 1998, pág. 3.)



(Brasil Seikyo, edição nº 1569, 26/08/2000, página C1.)

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