"Quando sua determinação muda, tudo o mais começa a se mover

em direção ao seu desejo".

23 de mai. de 2011

> O PODER DAS PALAVRAS EM DEZ LIÇÕES

* Nenhum acaso, nenhum destino, nenhuma sina / pode enredar ou impedir ou controlar / a firme resolução de um espírito determinado (N. da T).


> O PODER DAS PALAVRAS EM DEZ LIÇÕES

>  

> A comunicação dirige nossos pensamentos e molda
> nossas ações e, de alguma forma, ela nos ajuda a
> criar a nossa realidade, evidenciando nossos pontos
> fortes ou potencializando nossas limitações. A
> habilidade de usar a comunicação verbal (oral ou
> escrita) com precisão é essencial para facilitar o
> relacionamento entre as pessoas.

>  

> 1.CUIDADO COM A PALAVRA NÃO. A Frase que contém NÃO,
> para ser compreendida, traz à mente o que está junto
> com ela. O NÃO existe apenas na linguagem e não na
> experiência. Por exemplo: pense em  NÃO"... Não vem
> nada à mente. Agora, vou lhe pedir não pense na cor
> vermelha... Eu pedi para você NÃO pensar na cor
> vermelha e você provavelmente pensou. Procure falar
> somente o que quer e não o que não quer.

>  

> 2.CUIDADO COM A PALAVRA MAS, QUE NEGA TUDO QUE VEM
> ANTES. Por exemplo: "O Pedro é um rapaz inteligente,
> esforçado, MAS...". Substitua o MAS por E, quando
> indicado.

>  

> 3.CUIDADO COM A PALAVRA TENTAR, QUE PRESSUPÕE A
> POSSIBILIDADE DE FALHA. Por exemplo: "Vou tentar
> encontrar com você amanhã às 8 horas". Em outras
> palavras: Tenho grande chance de não ir, pois vou
> "tentar". Evite TENTAR, FAÇA.

>  

> 4.CUIDADO COM NÃO POSSO OU NÃO CONSIGO, que dão
> idéia de incapacidade pessoal. Use NÃO QUERO, NÃO
> PODIA ou NÃO CONSEGUIA, que pressupõe que vai
> conseguir, que vai poder.

>  

> 5.CUIDADO COM AS PALAVRAS DEVO, TENHO QUE OU
> PRECISO, que pressupõem que algo externo controla a
> sua vida. Em vez delas use QUERO, DECIDO, VOU.

>  

> 6.FALE DOS PROBLEMAS OU DAS DESCRIÇÕES NEGATIVAS DE
> SI MESMO, UTILIZANDO O VERBO NO PASSADO. Isto libera
> o presente. Por exemplo, "Eu tinha dificuldade em
> fazer isto..."

> 7.FALE DAS MUDANÇAS DESEJADAS PARA O FUTURO
> UTILIZANDO O TEMPO PRESENTE DO VERBO. Por exemplo:
> em vez de dizer "Vou conseguir", diga "Estou
> conseguindo".

>  

> 8.SUBSTITUA O SE POR QUANDO. Por exemplo: em vez de
> falar "Se eu conseguir ganhar dinheiro vou viajar",
> fale "Quando eu conseguir ganhar dinheiro vou
> viajar".

>  

> 9.SUBSTITUA ESPERO POR SEI. Por exemplo: em vez de
> falar "Eu espero aprender isso", diga "Eu sei que
> vou aprender isso". ESPERAR suscita dúvidas e
> enfraquece a linguagem.

>  

> 10.SUBSTITUA O CONDICIONAL PELO PRESENTE. Por
> exemplo: Ao invés de dizer "Eu gostaria de agradecer
> à presença de vocês", diga "Eu AGRADEÇO a presença
> de vocês". O verbo no presente fica mais forte e
> concreto.

"Torne -se mestre da sua mente, em vez de permitir que ela o domine"


NITIREN RESSALTA !

"Torne -se mestre da sua mente, em vez de permitir que ela o domine"

Trata-se de uma citação do SUTRA DOS SEIS PARAMITAS,cujo o texto original diz:

"Nossa mente subitamente escapa do nosso controle. Por isso devemos domá-la como se fosse um ELEFANTE SELVAGEM e não permitir que ela se torne nosso mestre.
Em vez disso nós é que devemos ser seu mestre"

O SUTRA DO NIRVANA contém um trecho similar:

"Oro para que venha a se tornar mestre de sua mente em vez de se permitir que ela o domine"

NITIREN cita esta advertência muitas vezes e a apresenta como diretriz para todos os seus seguidores.

Para nos tornar mestre de nossa mente, precisamos de uma excelente bussola na vida e um brilhante farol da fé.

Não podemos nos permitir governar pela natureza inconstante,fraca e mútavel da mente,sujeita a ilusão de uma pessoa comum.

Para sermos mestres da nossa mente, devemos conduzi-la na direção correta.

Desta forma o verdadeiro mestre da mente é a LEI e os ensinos do BUDA SHAKYAMUNI proferiu o juramento de que o mestre da sua mente seria a LEI para o qual se havia se iluminado, seu orgulho era viver esse fiel juramento.

Esse modo de vida corresponde a frase "PROCURAR REFUGIO NA LEI", proferida por SHAKYAMUNI como seu instrumento final aos seus discípulos antes de morrer.

NITIREN ensinou que o verdadeirro mestre da mente é o MYOHO RENGUE KYO.

"O CORAÇÃO DO SUTRA DE LÓTUS É A LEI FUNDAMENTAL DE TODOS OS BUDAS"

E estabeleceu a prática concreta do NAM MYOHO RENGUE KYO para dominar a mente.

Por mais difíceis que sejam as circunstâncias que tenhamos de enfrentar, poderemos infalivelmente, transformá-la se não vacilarmos na fé.

A FÉ é uma batalha contra nossa própria fraqueza.

NITIREN nos ensina, que para triunfar nesta batalha devemos basear nossa vida com toda sinceridade no SUTRA DE LÓTUS - A LEI MÍSTICA -sem nos deixar influenciar por nossa propria fraqueza interior .

(Pequeno texto EXPLANAÇÃO DO ESTADO DE BUDA NESTA EXISTÊNCIA)

Sutra Mérito Universal

Sutra Mérito Universal (Fuguen)*
 
Edição 488 - Publicado em 01/Abril/2009 - Página 23

Cinco pontos importantes


Ponto 1, com relação ao Sutra Mérito Universal


O título completo deste sutra é Sutra Sobre Como Praticar a Meditação do Bodhisattva Mérito Universal, Conforme Dito pelo Buda.
O Registro dos Ensinos Orais afirma: O Sutra de Lótus representa a essência da doutrina como visto na possessão mútua dos Dez Mundos e na possessão dos três mil mundos. Dessa forma, podemos dizer que todos os mundos e os Dez Mundos são “mérito universal”. Nenhum elemento do mundo do Darma está ausente, portanto, é um “mérito universal”.
Os Dez Mundos de myoho, ou Lei Mística, e os Dez Mundos de rengue, ou flor de lótus, representam os dois fenômenos do ser e do ambiente, respectivamente. O Sutra Mérito Universal conclui que esses fenômenos nada mais são que o Sutra de Lótus. Por isso, é considerado um sutra que conclui o Sutra de Lótus. Sendo este o caso, podemos deduzir que os Dez Mundos são todos eles Myoho-rengue-kyo, combinando o estado de Buda e os nove mundos.

Ponto 2, com relação à passagem: “Como, sem eliminar os desejos mundanos ou separá-los dos cinco desejos, pode-se purificar os sentidos e extirpar os pecados?”


O Registro dos Ensinos Orais afirma: Essa passagem declara que os desejos mundanos são iluminação, e que os sofrimentos do nascimento e da morte são nirvana.
Para os adeptos do Sutra de Lótus, avareza é avareza e permanece como tal; ira é ira e permanece como tal; estupidez é estupidez e permanece como tal. E ainda assim, eles conduzem à prática da Lei do Bodhisattva Mérito Universal. Devem compreender isso claramente.

Ponto 3, com relação aos seis tipos de contemplação. Manter em mente o Buda, manter em mente a Lei, manter em mente a Ordem, manter em mente os preceitos, manter em mente os oferecimentos, manter em mente os seres celestiais.


O Registro dos Ensinos Orais afirma: Manter em mente o Buda significa contemplar o guia e o mestre que afirma: “Eu sou a única pessoa / que pode salvar e proteger os outros” (3º capítulo, do Sutra de Lótus, “Parábolas”).
Manter em mente a Lei significa contemplar os cinco caracteres do Daimoku na era posterior à morte do Buda.
Manter em mente a Ordem significa contemplar os praticantes, que são mortais comuns nos Últimos Dias da Lei.
Manter em mente os preceitos significa contemplar a passagem do Sutra de Lótus, que afirma: “Isso é o que eu chamo observar os preceitos” (11º capítulo, “Surgimento da Torre de Tesouro”).
Manter em mente os oferecimentos significa contemplar o fato de que uma pessoa deve oferecer Daimoku a todos os seres vivos.
Manter em mente os seres celestiais significa contemplar o fato de que, como afirma o Sutra de Lótus, “os seres celestiais, em prol da Lei, dia e noite protegerão [os devotos]” (14º capítulo, “Práticas Pacíficas”).
Essas seis práticas descritas acima precisam ser conduzidas pelos devotos do Sutra de Lótus nesta era dos Últimos Dias da Lei. Devem refletir sobre isso.

Ponto 4, com relação à passagem: “Todo o mar dos impedimentos cármicos / nasce de pensamentos ilusórios. / Se deseja se arrepender, sente-se ereto e pondere sobre o verdadeiro aspecto. / Então, as inúmeras ofensas, como o gelo ou orvalho, / serão extintas pelo sol da sabedoria”.


O Registro dos Ensinos Orais afirma: As “inúmeras ofensas” são os impedimentos cármicos dos seis órgãos dos sentidos, e estes são como o gelo ou o orvalho. Assim, embora elas existam, podem ser extintas pelo sol da sabedoria. O “sol da sabedoria” é o Nam-myoho-rengue-kyo propagado por Nitiren nestes Últimos Dias da Lei.
As palavras “sol da sabedoria” referem-se tanto ao Buda como à Lei. O Buda Sakyamuni é referido no Sutra de Lótus como o “sol da sabedoria, grande sábio e venerável”
(2º capítulo, “Meios”). E o Sutra de Lótus explica que “assim como o Sol, pode banir as trevas, este sutra também é capaz de eliminar a escuridão de tudo o que não é bom” (23º capítulo, “Os Feitos do Bodhisattva Rei dos Remédios”). Referindo-se ao guia e ao mestre dos Últimos Dias da Lei, ele também afirma que, “como a luz do Sol e da Lua / pode banir a escuridão e as trevas, / também essa pessoa, à medida que passa pelo mundo, / pode extirpar a escuridão dos seres vivos” (21º capítulo, “Os Poderes Místicos do Buda”).

Ponto 5, com relação à passagem: “O terceiro ato de arrependimento é usar a correta Lei para pôr ordem no país e não desencaminhar as pessoas com visões errôneas”.


O Registro dos Ensinos Orais afirma: A “correta Lei” nos Últimos Dias da Lei é o Nam-myoho-rengue-kyo. Esses cinco caracteres são a Lei secreta que não ilude nenhum ser vivo. Se todos sob o céu se juntarem para crer nela, então este país será pacífico e tranquilo. Assim, [o oitavo volume de] Profundo Significado afirma: “Se uma pessoa confia nesta Lei, então todos sob o céu estarão em paz”. As palavras “esta Lei” referem-se ao Sutra de Lótus. Não pode haver dúvida de que, se uma pessoa acredita no Sutra de Lótus, todos sob o céu estarão em paz e segurança.
Isto conclui os 231 pontos importantes.




* N.T.: Nikko Shonin compilou algumas explicações sobre o Sutra dos Infinitos Significados e o Sutra Mérito Universal, considerados como prólogo e conclusão do Sutra de Lótus. Por essa razão, esses sutras também constam no Registro dos Ensinos Orais.

20 de mai. de 2011

água molha, fogo queima e Daimoku resolve

tenho saudades das orientações  do sr.CLAUDIO MARTUCCI

Como é que eu faço?

19 DE AGOSTO DE 2000 — EDIÇÃO Nº 1568

Nas andanças pela organização, encontramos pessoas que estão sempre em busca da fórmula mágica para receber benefícios mais rapidamente. E rolam perguntas do tipo: “Como é que eu devo pedir?”, “Estou pedindo assim, tá certo?”. Além de sermos questionados sobre os poderes miraculosos do “Gongyo da hora do boi e do tigre”, “Daimoku de Kamakura”, “Daimoku das sete noites” etc.

E isso sem contar a turminha que aparece com

“orações silenciosas que resolvem com mais eficácia” que as oficiais. Tem de tudo! A variedade das orações silenciosas a serem feitas no momento dos pedidos é tão rica e algumas são tão detalhadas que demoramos mais em sua leitura do que na leitura completa do sutra. São obras-primas surgidas ninguém sabe de onde, mas que evocam tudo quanto é deus budista, bodhisattva, tudo em nome de uma facilidade inexistente nos textos e ensinos budistas.

Tem gente que faz dois Gongyo pela manhã e três à noite. Tem gente que dispensa o Gongyo na maior caradura, dizendo: “Após várias pesquisas, concluí que fazendo somente Daimoku já tá bom demais”, ou “De manhã faço só o Hoben e Jigague e à noite faço o Juryo”. Isso sem contar com o Daimoku Sansho completo (mas que raios vem a ser esse Daimoku Sansho completo?).

Bom, tem de tudo. Mas o que eu aprendi estudando o budismo é que não existe fórmula mágica, nem oração silenciosa especial, nem Daimoku diferente. Devemos praticar da forma como foi estabelecida pelo Buda Original Nitiren Daishonin, e como nosso mestre e todos os membros da SGI o fazem. Nada de mistério. Vamos no trivial, as cinco orações do Gongyo de manhã, as três orações à noite e a recitação da maior quantidade de Daimoku possível.

O que vale mais, a quantidade ou a qualidade? Aprendi a desafiar com vontade ou sem vontade. Em resumo, água molha, fogo queima e Daimoku resolve. O resto é resto. Em uma de suas orientações, o presidente Ikeda disse: “Faz parte da natureza humana pensar em si próprio. O importante é orarmos diante do Gohonzon da forma como somos. Se nos apresentarmos com um ar arrogante, mostramos um falso eu. O Gohonzon não responde a mentiras.” (Brasil Seikyo, edição nº 1.560, 17 de junho de 2000, pág. 4.)

Outras perguntas campeãs: “É válido fazer Daimoku no ônibus?”, ou “É válido fazer Daimoku no serviço?”. Vejam que interessante. O mestre diz: “O importante é orarmos diante do Gohonzon.” Nunca foi dito que não é válido fazer Daimoku no ônibus, mas também nunca li que devemos orar olhando firmemente para a nuca do motorista, olhando fixamente para a tela do computador etc. O importante é desafiar diariamente a recitação diante do Gohonzon. O Daimoku realizado além disso já fic a no lucro. O que estou tentando dizer é que faça Daimoku onde quiser, mas não acostume a fazer só o Daimoku Sansho diante do Gohonzon e o resto do jeito que der. Acorde mais cedo, durma mais tarde, mas desafie a orar diante do Gohonzon. Então, com certeza, comprovará as seguintes palavras do Mestre: “Nós praticamos uma fé que nenhuma oração fica sem ser respondida. Em primeiro lugar, precisamos ter convicção nisso. No entanto, haverá ocasiões em que nossas orações serão respondidas e outras em que isso não ocorrerá. Mas, enquanto continuarmos a recitar Daimoku, no final tudo seguirá a melhor direção possível. Isso fica claro quando depois olhamos para trás. (Ibidem.)



Cláudio Roman Marttuci Coordenador da Divisão dos Adultos da BSGI


12 de mai. de 2011

sobre a morte

No livro Vida — Um Enigma, uma Jóia Preciosa, o presidente Ikeda deixa implícito no texto que, não obstante muitos considerarem o budismo um sistema filosófico, na verdade, é algo mais do que isso. 

O budismo é um caminho, um diálogo com a vida. É algo para ser facilmente compreendido e vivido. É um veículo, uma espécie de balsa para atravessar um rio. 

“No budismo, o suporte é a consciência cotidiana comum, ou seja, é o ser humano comum, tal como cada um é. Enquanto meio, caminho, diálogo, o budismo é um relacionamento constante, permanente entre mestre e discípulo. Quando muitas vezes se afirma que no budismo não há dogmas, a despeito de não haver religião sem dogma, faz sentido a afirmação. O budismo é muito mais do que uma religião, do que uma doutrina. É um riquíssimo caminho de espiritualidade, em constante processo de atualização, de mutação, sem apegos a visões ortodoxas, rígida ou não. Falo aqui do Budismo de Nitiren Daishonin, em que “destruir relações e levantar dúvidas” indica uma repentina inversão nas crenças e convicções que as pessoas vinham mantendo até aquele momento. É uma mudança decisiva na visão de mundo já existente. (...) Sob uma perspectiva mais profunda, isso equivale a uma revolução espiritual que transforma completamente a visão das pessoas em relação à vida, à existência humana, à sociedade e ao mundo.”2 Eis a primeira diferença: o espiritismo é uma doutrina. O budismo é um meio, um diálogo, um caminho. 


Outra diferença



O budismo não vê Deus como um ser transcendente, criador de todas as coisas, uma divindade externa. Ensina Daisaku Ikeda: “No mais profundo interior de todos os seres, existe a primacial força que faz com que vivam. A mesma força suporta a matéria inorgânica no sistema de harmonia e ritmos da grande existência cósmica. No budismo, essa força total é denominada por muitos nomes, porém, o mais apropriado é Myoho, a Lei Mística. Essa é a energia de que precisa toda vida, que cria e recria a existência, tanto a espiritual como a material. 

“Quando essa força se manifesta no mundo físico, aparece como um sistema que governa o mundo inorgânico, que torna possível a composição química e que controla as pulsações do Universo. Em outras palavras, as leis da física, da química e da astronomia são simplesmente particulares manifestações fenomenológicas da Lei Mística do cosmo. Da mesma forma, a força vital cria o mundo do espírito, cria a inteligência, dá força aos desejos e aos instintos e, assim, produz todas as variações da atividade mental e espiritual. É o que em outras religiões é chamado de Deus, mas diferente da Divindade Maior pelo fato de ser perfeitamente imanente no cosmo e na vida humana. Não é uma força fora do Universo; É o próprio cosmo. A verdadeira natureza do cosmo e da vida é a fusão das leis física e espiritual da vida. É o processo que cria a existência e a faz desdobrar-se infinitamente”.3
A fonte da vida não está na idéia de um Deus criador, transcendente ao cosmo. “Para Nitiren Daishonin, o ‘princípio fundamental’ significa a essência da vida no cosmo ou, em outras palavras, a corporificação da Lei Mística.”4 

Como já dito, no espiritismo, os seres são constituídos de corpo, espírito e perispírito. No budismo, essa constituição também é diferente. Segundo Nitiren Daishonin, “a devoção de uma existência é às leis físicas e espirituais da vida. O princípio fundamental revela que as duas leis são aspectos inseparáveis de cada vida”.5 O presidente Ikeda esclarece esse ponto, dizendo: “Em última análise, isso quer dizer que a dedicação a Buda e à Lei se resolve na fé da própria vida, que é uma perfeita unidade do físico e do espiritual”.6 Portanto, não existe a dualidade corpo-espírito, muito menos a trindade corpo-espírito-perispírito. Todos os seres são unos. As atividades físicas são inseparáveis das atividades espirituais e vice-versa. “Na concepção de Nitiren Daishonin, o Universo executa os movimentos rítmicos nos quais os mundos físico e espiritual se fundem. (...) 

A existência do homem é uma forma de ação da vida cósmica e está conectada com a mais profunda força do Universo. A vida dos homens, como a do cosmo, consiste de uma indivisível entidade de elementos físicos e espirituais. Nitiren Daishonin se referia a isso — assim penso — quando disse que a palavra “kimyo” significa ‘devoção a Buda e à Lei’. Desdobrou a palavra, explicando: ‘‘‘Ki’ se refere à lei física da vida e ‘myo’ à espiritual. (...) 

“A lei espiritual de todos os seres vivos é fundada na existência do cosmo. Tem, com a existência do homem, um único núcleo fundamental da energia e as duas participam da fusão e dos seis rítmicos movimentos. As duas estão sujeitas a uma contínua e constante mudança”.7 

Vida após a morte



Segundo o presidente Ikeda, “é um equívoco pensar tanto na vida como na morte em termos absolutos, tomar uma e ignorar a outra. Ambas são fases intrínsecas da existência humana. A vida flui eternamente em grandes ondas, alternando com a morte — indo e vindo — através do tempo. Sakyamuni percebeu isto recordando o fluxo das suas próprias vidas. Sua doutrina não era qualquer doutrina romântica da imortalidade surgida de uma vontade de viver. Pelo contrário, ele percebeu que a vida é eterna porque a lei de causa e efeito ordenou as suas próprias séries de existências. No seu conceito, a morte ocorre para que possa haver uma nova vida. Sua função é como a do sono, que é um período de descanso antes de um novo despertar. 
“Essa idéia é expressa no capítulo do Sutra de Lótus dedicado à vida eterna de Buda, no qual a morte é vista como um expediente, não para ser ignorado, pois é subordinado à existência. Essa visão é, em muitos sentidos, um hino à vida que, no entanto, não nos obriga a evitar ou esquecer a morte. O objetivo do Sutra de Lótus — como o de Sakyamuni — é o de nos capacitar ao gozo da alegria da vida sem ignorar a natureza e a essência da morte”.8 

Para o budismo, nosso eu é parte integral da existência cósmica. “Mesmo dentro de uma pessoa em estado de Inferno, mantém-se vivo o supremo estado de Buda, pois a energia da Lei Mística permeia as correntes profundas da morte. Pleno de uma compaixão profunda, o Buda ilumina as realidades da vida e da morte justamente como são. Esse é o reflexo do discernimento de Buda sobre a realidade constante e fundamental de todas as formas de vida, como é também a expressão da possibilidade de salvação destinada ao alívio do sofrimento da morte”.9 

Portanto, diferentemente do espiritismo, no budismo, a reencarnação (transmigração, segundo o budismo) não se dá para aprimoramento dos espíritos; é uma seqüência natural da vida, um ciclo permanente. 

Por outro lado, a lei de causa e efeito a que se refere o texto não tem conotação moral. Trata-se do princípio da causalidade segundo a qual todos os fenômenos provêm de causas e condições.
Notas: 2. Brasil Seikyo [BS], edição nº 1.451, 7 de março de 1998, pág. 3. 3. IKEDA, Daisaku. Vida — Um Enigma, uma Jóia Preciosa. Rio de Janeiro: Editora Record, 1982, pág. 28. 4. Ibidem. 5. Ibidem, pág. 23. 6. Ibidem. 7. Ibidem, págs. 28-29.

Como nossas orações são respondidas?

Como nossas orações são respondidas?
Edição 512 - Publicado em 09/Abril/2011 - Página 15
É a própria pessoa quem produz a resposta às orações. O presidente Ikeda afirma que as orações são respondidas com fé e esforço. Ninguém mais faz isso por nós. “Se elas serão ou não respondidas depende de nós. [...] Mas não há nenhuma dúvida de que nossa vida começa a mudar de forma favorável a partir do momento em que começamos a orar.”
No entanto, para ser respondida, a oração precisa ser correta. Deve-se orar com a postura e a convicção de que não há oração sem resposta. Esta é a oração exata. Se não produz uma resposta satisfatória, é porque não há oração no sentido correto.
O líder da SGI ressalta: “Devem orar com uma forte e apaixonada determinação de concretizar sua oração. Aquele que pensa: ‘se eu orar, tudo ocorrerá bem’, na verdade, está demonstrando apenas um desejo. Uma fervorosa oração — aquela do fundo do coração e com toda a vida — será infalivelmente comunicada ao Gohonzon”. É dessa forma que se deve orar até que o objetivo seja concretizado.

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