"Quando sua determinação muda, tudo o mais começa a se mover

em direção ao seu desejo".

26 de jun. de 2011

Para onde especificamente devemos olhar no Gohonzon?


Você Sabia?


Edição 514 - Publicado em 11/Junho/2011 - Página 14


Referente a essa questão, o presidente Ikeda afirma que as pessoas podem olhar para o Nam-myoho-rengue-kyo inscrito no centro, ou para todo o Gohonzon.
Cada um deve olhar para onde achar mais natural. Porém, o Mestre diz que, ainda assim, será mais fácil orar se focalizarmos o centro. “Aprendi com meus veteranos que o caractere myo representa a cabeça do ser humano, e que eu deveria focalizar meu olhar nessa parte enquanto estivesse orando. Uma vez que oramos com forte fé, nossas orações são totalmente transmitidas”, diz o líder.
Certa vez, um membro perguntou ao Mestre se poderia fechar os olhos ao fazer Gongyo e Daimoku. Ele respondeu: “É melhor ficar com os olhos abertos e focalizar o Gohonzon. Em geral, considera-se falta de educação não olhar as pessoas nos olhos ao conversar com elas. Creio que isso também vale quando estamos diante do Gohonzon fazendo nossas orações. É claro que, se vocês fecham os olhos de vez em quando, não há necessidade de se preocupar. Devemos compreender que, quando fechamos os olhos, fica mais difícil fundirmo-nos intensamente com o Gohonzon.
“Obviamente, isso não se aplica às pessoas cegas ou com problemas de visão. Elas precisam simplesmente fazer o Gongyo e o Daimoku diante do Gohonzon em seu coração”, conclui o líder.
Fontes:
BS, edição nº 1.484, 14 de novembro de 1998, p. 4.
BS, edição nº 1.516, 24 de julho de 1999, p. A3.

Gosho - Explanação do presidente Ikeda


Discurso do Presidente da SGI

Resposta a Myoho-ama - Parte 1

Edição 1368 - Publicado em 25/Maio/1996 - Página 3

Aqueles que recitam Daimoku jamais terminam num impasse


[Todas as pessoas partilham o desejo de conduzirem vidas realmente alegres. E todos esperam poder receber a morte com um sentimento de que conduziram existências realmente realizadas. Na realidade, entretanto, essas aspirações raramente são cumpridas. O que portanto podia fazer?
Uma das discípulas de Nitiren Daishonin colocou a questão dessa forma: "Pode alguém atingir o estado de Buda apenas recitando o "Nam-myoho-rengue-kyo?" O estado de Buda é uma condição ilimitada na qual a vida e morte são uma alegria. A questão, em outras palavras, é se é verdadeiramente possível atingir esse estado maravilhoso de vida simplesmente recitando Daimoku.
A dama Myoho-Ama foi a pessoa que colocou essa sincera e direta questão, esta duvida sobre a mais fundamental das questões, a Daishonin fossem conhecidas como Myoho-Ama, acredita-se que aquela que recebeu essa resposta tenha vivido hoje localiza-se Okanomya, em Numazu, Província de Shizuoka.
Na época de Daishonin, o sufixo "ama" indicava uma leiga de profunda fé que, como um sinal de seu comprometimento com o budismo, cortava seus cabelos longos na altura dos ombros.
Em certo sentido, Myoho-Ama, formulou essa questão em nome de todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei. A escritura que agora começamos a estudar é resposta de Daishonin. Vamos lê-la tendo como contexto em mente.]
Referências:
1. Myoho-ama Gozen Gohenji-Gosho Zenshu, págs. 1402-03 escrito em julho de 1278, quando Nitiren Daishonin estava com 57 anos.
2. Resposta a Myoho-ama, As escrituras de Nitiren Daishonin vol. Pág. 391.
3. The one Essencial Frase, The Major Writings of Nichiren Daishonin, vol. I pág. 221
Nota do editor: Para efeito de atualizações o presente texto desta escritura contém algumas alterações em relação a publicações anteriores.
[Acima de tudo, é uma singular e grande boa sorte para a senhora formular uma questão a respeito do Sutra de Lótus e perguntar a mim. Nessa era dos Últimos Dias da lei, o número daqueles que perguntam sobre mesmo uma frase ou um verso do sutra, é menor do que aqueles que poderiam chutar os 3.000 Grandes Mundos como uma bola, ou os que poderiam atirar o Monte Sumeru como uma pedra ou os que poderiam abraçar e ensinar os inumeráveis outros sutras para capacitar aos ouvintes leigos a obterem os seis poderes místicos. Igualmente raro é um bonzo que interpreta a doutrina e dá uma resposta clara. No capítulo Hoto do 4º volume do Sutra de Lótus, há um princípio essencial de seis atos difíceis e nove fáceis. Sua presente questão é uma daquelas seis dificuldades.(END, vol.I, pág.391-2)
1. Seis poderes místicos: Expostos no Kusha Ron, são: (1) o poder de aparecer em qualquer lugar (2) O poder de observar todos os fenômenos do mundo, não importando o qual grande ou pequeno, ou qual próximo ou longe; (3) o poder de compreender todos os sins e linguagens; (4) o poder de ler as mentes; (5) o poder de conhecer as existências passadas das pessoas; e (6) o poder de ser livre de todos os desejos inatos.]
Nitiren Daishonin louva Myoho-Ama dizendo-lhe que sua pergunta sobre o Sutra de Lótus era extremamente rara e uma fonte de grande boa sorte.
O Sutra de Lótus explica a doutrina dos "seis atos difíceis e nove fáceis". Além daqueles que Daishonin descreve aqui, os nove atos fáceis incluem feitos - todos impossíveis do ponto de vista do senso comum - tais como atravessar uma pradaria em chamas carregando um fardo de feno nas costas sem queima-lo. O detalhe é que mesmo atos assim são "fáceis" se comparados aos seis atos difíceis.
O seis atos difíceis são propagar o Sutra de Lótus amplamente, copiá-lo ou fazer com que alguém mais o copie, recitá-lo mesmo por um curto período, ensiná-lo mesmo que a uma única pessoa, ouvir sobre o Sutra de Lótus e perguntar sobre seu significado e aceitar e manter a fé no Sutra de Lótus após o falecimento de Sakyamuni.
A pergunta de Myoho-Ama a Daishonin sobre o Sutra de Lótus corresponde ao nobre ato de "perguntar sobre o seu significado". Além disso, Daishonin ressalta que é extremamente raro encontrar uma pessoa capaz de responder corretamente esta questão.
Myoho-Ama provavelmente deve ter ficado hesitante em colocar essa questão a Daishonin, inverta se poderia faze-lo. Mas o encorajamento de Daishonin tranqüiliza sua mente e anima seu espírito. Era dessa forma que Nitiren Daishonin lidava com as pessoas.
Ao contrário, há aqueles que repreendem os outros por perguntarem dizendo coisas como: "O que? Mesmo isso você não sabe? Você é mesmo um verdadeiro tolo! Mas o aluno havia perguntado porque queria aprender, não para ter sua inteligência avaliada. Este é um exemplo de um professor que falha em reconhecer o que a situação exige (dar informação) e em vez disso, faz julgamentos.
A falta de clareza para se distinguir entre reconhecer os fatos e avalia-los é o cerne do mal intelectual da presente era."
Esta é uma brilhante percepção.
Muitas
 das cartas de Daishonin são respostas às questões de seus seguidores. Daishonin certamente inspirava uma receptividade e acessibilidade que permitia às pessoas perguntando-lhe qualquer coisa.
Um local onde existe uma atmosfera de caloroso dialogo, onde as pessoas podem dizer e perguntar qualquer coisa, é radiante e alegre. Nesse ambiente há crescimento. Há um ritmo de Kossen-Rufu, de avanço.
Da mesma forma, embora soe extremamente difícil, os nove atos fáceis são, em sua maioria, físicos e externos em naturais. Mas revolucionar a própria vida por meio de se seguir o correto caminho é de fato muito ais difícil que produzir "milagres" que anteriormente eram impossíveis, certamente não produziu a felicidade humana. A doutrina dos seis atos difíceis e nove fáceis como uma insistente advertência sobre as limitações dessa abordagem.
[Disto se compreende que a senhora abraça o sutra, atingirá o estado de Buda por si mesma. Desde de que o Sutra de Lótus define a nossa vida como o Buda Hoshin, a nossa mente como Buda de Ojin, todos aqueles que abraçam e crêem em mesmo uma simples frase ou verso deste sutra receberão todos os benefícios.(END, vol.I, pág.392.)]
Daishonin diz que aqueles que praticam a lei Mística "certamente" atingirão o estado de Buda em sua atual forma". Em nossa atual forma significa nesta existência, cada um de nós, tal como somos, brilharemos como budas. Isso é chamado revolução humana.
Os ensinos expostos antes do Sutra de Lótus ensinavam que o corpo do Buda é propriedade da Lei; a mente do Buda é propriedade da sabedoria; e a conduta benevolente do Buda é propriedade da ação. O Buda está sempre presente como um ser extraordinário a ser reverenciado de longe. Pelo contrario, o Sutra de Lótus explica que as pessoas comuns são budas. Este é ensino notável. O Sutra de Lótus explica que o Buda dotado das três propriedades iluminadas é o Mortal comum de Kuon ganjo. Nitiren Daishonin diz que quando abraçamos a lei Mística, nossas vidas se tornam-se propriedades da lei; nossas mentes, a propriedade da sabedoria da sabedoria; e nossas ações, a propriedade da ação.
A afirmação de que a vida de uma pessoa é a propriedade da lei significa que essa vida, ou Itinen, a entidade da unicidade do corpo e mente, torna-se uma com a lei Mística. Nossa vida, ou itinen, torna-se o desejo para realização do Kossen-Rufu. Tornamo-nos capazes de devotar sinceramente à felicidade dos outros.
Quando recitamos Daimoku com gratidão de termos a rara oportunidade de dedicarmos a nossa vida a essa rara missão, surge uma imensa vitalidade. Das profundezas de nossas vidas, manifestamos a sabedoria de encorajarmos outros mostrarmos a prova real. E nossa conduta, como a propriedade de ação do Buda, torna-se uma atividade criadora de valores perfeitamente de acordo com as necessidades de nossas circunstâncias e as dos que nos rodeiam.
A base para isso é o daimoku. A oração - uma profunda oração do âmago da vida. Uma pessoa de forte oração que constantemente recita o Daimoku de Nam-myoho-rengue-kyo, jamais se encontrará num impasse.
[O Nam-myoho-rengue-kyo não é senão uma frase ou um verso. Contudo, é o coração da todas as outras frases. A senhora perguntou-me se uma pessoa pode atingir o estado de Buda simplesmente recitando o Nam-myoho-rengue-kyo. Esta é a questão última. É também o coração do sutra inteiro e a essência dos oito volumes.
Um homem tem cinco ou seis pés de altura, mas seu espírito estará refletido em senão uma fração - a face, e o espírito nesta face aparece em senão uma outra fração - os olhos. Outra vez, o nome Japão inclui tudo - seu povo e animais, arrozais e outros campos, assim como aqueles de alta e baixa posição, sejam nobres e humildes, e as setes mais preciosas gemas e todos os outros tesouros de suas 66 província. Analogamente, o título, Nam-myoho-rengue-kyo cobre o sutra inteiro que consiste em oito volumes, vinte e oito capítulos e 69.384 caracteres, não ignorando nenhuma deles.(END, vol.I, pág.392-3.)
1 sete mais preciosas gemas: Elas diferem ligeiramente de acordo com as escrituras. O capitulo "Surgimento da Torre do Tesouro" (Hoto, 11º) do Sutra de Lótus as define com ouro, prata, lapis-Iazuli, coral, ágata, pérola e coralina. Do ponto de vista da fé, indicam as sete jóias da Torre do tesouro.]
A Lei Mística é a sabedoria essencial para tornar-se feliz
Os olhos são realmente uma janela da alma. Os olhos expressam a vida de uma pessoa em sua totalidade. Da mesma forma, a imensa energia de uma explosão nuclear é expressa pela sucinta fórmula E=mc² (Energia é igual à massa vezes o quadrado da velocidade da luz).
Embora essas sejam meramente analogias, a única frase do Nam-myoho-rengue-kyo contém toda a sabedoria do budismo e do Sutra de Lótus.
O segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, disse certa vez: "O Gohonzon é realmente grande. Mas por ser ele tão simples, as pessoas falham em compreendê-lo." Se a Lei é profunda, sua prática é simples de operar à medida que a tecnologia avança. O Sr. Toda chegou a comparar o Gohonzon a uma "máquina de fabricar felicidade". E o ato de ligar essa máquina seria o ato de praticar o daimoku para a própria felicidade e dos outros. Pode-se dizer que Nitiren Daishonin destilou o budismo a uma essência de irreduzível simplicidade em prol da felicidade de todas as pessoas.
Parece tudo muito simples. Quando a televisão foi inventada as pessoas certamente ficaram maravilhadas com sua extrema simplicidade e conveniência. Agora a televisão já não é mais novidade; ninguém mais o considera um mistério. Assim também será com a lei Mística
quando o Kossen-Rufu for atingido.
O presidente Toda predisse que daqui a duzentos anos todos entenderiam o significado de nossos esforços. Ele também observou: "A medida que a ciência progride, a validade e a integridade do budismo serão cada vez mais defendidos."
O espaço que nos cerca está repleto de ondas de rádio de várias freqüências. Embora essas ondas sejam invisíveis, um aparelho de televisão pode coleta-las e transforma-las em imagens visuais. A prática de recitar o Daimoku ao Gohonzon alinha o ritmo de nossas vidas ao do mundo do estado de Buda existente no Universo. Ela "sintoniza" nossas vidas, de forma que possamos manifestar a força do mundo do estado de Buda através do nosso ser. 
Continua na próxima edição.

Resposta a Myoho-ama - Parte 2


Edição 1369 - Publicado em 01/Junho/1996 - Página 3

Gosho - Explanação do presidente Ikeda

A oração é o sol que dispersa a escuridão do sofrimento
O segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, ensinou que devemos estudar as escrituras de Nitiren Daishonin com um espírito de sincera convicção na sua veracidade.
O budismo é, num certo sentido, uma ciência. A Física toma o mundo físico como seu objeto de estudo. A Sociologia observa os fenômenos sociais. A Psicologia investiga a psique humana. Em prova do que digo, o budismo é uma ciência que toma a vida em sua plenitude como seu objeto de estudo; a felicidade e o sofrimento são o foco de sua investigação.
Como este mundo poderá ver-se livre da miséria? De que forma cada pessoa pode conduzir uma vida das mais felizes? Como esta felicidade e boa sorte podem tornar-se eternamente indestrutíveis? Estas são as questões que o budismo busca.
O vasto conjunto de todos os sutras, conhecido como oitenta mil ensinos, e os incontáveis tratados e interpretações escritos posteriormente representam o progresso dessa investigação e suas conclusões. E o Gosho incorpora a “conclusão” de toda essa pesquisa.
Imagine um principiante no estudo da Física assistindo a uma palestra de Einstein, que era o pináculo desse campo. Se desde o início o neófito tem dúvidas sobre tudo o que o mestre diz, ele não poderá compreender coisa alguma.
Portanto, o presidente Toda ensinava que, ao lermos o Gosho, devemos acolhê-lo com todo nosso ser, com o sentimento de: “Sim, está absolutamente correto.” Este é o caminho mais curto para a felicidade.
[Analogamente, o título Nam-myoho-rengue-kyo inclui o sutra inteiro, que consiste de oito volumes, vinte e oito capítulos e 69.384 caracteres, não ignorando nenhum deles. Assim, Po Chü-i1 o título está para o sutra assim como os olhos estão para o Buda. No oitavo volume de seu Hokke Mongu Ki,2 Miao-lo declarou que o Hokke Gengi de Tient’ai explica somente o título, mas que todo o sutra estava dessa forma incluso. Isso significa que, apesar de o texto ter sido omitido, todo o sutra estava contido no título. Tudo tem a sua parte essencial, e a essência do Sutra de Lótus é o seu título, Nam-myoho-rengue-kyo. Se a senhora recita o Daimoku de manhã e à noite, está lendo o Sutra de Lótus inteiro. Recitar somente dois Daimoku é equivalente a ler o Sutra de Lótus duas vezes; cem Daimoku equivale a ler o sutra cem vezes, e mil Daimoku equivale a mil vezes. Assim, se a senhora incessantemente recita o Daimoku, está lendo o Sutra de Lótus continuamente. Os sessenta volumes da doutrina de Tient’ai3 apresentam exatamente a mesma interpretação. (END, vol. I, pág. 393-394.)
1. Po Chü-i (772–846): Famoso poeta da dinastia T’ang.
2. Hokke Mongu Ki (Anotações sobreo Hokke Mongu [Palavras e Frases do Sutra de Lótus])
3. Sessenta volumes da doutrina de Tient’ai: As três principais obras de Tient’ai — Hokke Gengi (Profundo Significado do Sutra de Lótus), Hokke Mongu (Palavras e Frases do Sutra de Lótus) e Maka Shikan (Grande Concentração e Discernimento) — e as anotações de Miao-lo sobre a tese. Cada uma desses abrange dez volumes.]
Na época de Nitiren Daishonin, algumas pessoas realizavam a prática de ler o Sutra de Lótus inteiro. No entanto, Daishonin mostra que isso não é necessário. Ele diz que recitar Daimoku, ou o título do sutra, uma única vez é o mesmo que ler todo o sutra, e que recitar mil Daimoku é o mesmo que ler o sutra mil vezes.
Assim como está indicado pela palavra “incessantemente” na passagem acima, o importante é continuar a prática da recitação do Daimoku por toda a vida. A quantidade de Daimoku que recitamos naturalmente varia. Isso está perfeitamente correto. Mas o importante é que continuemos a recitar Daimoku durante toda a nossa vida.
Mesmo que uma pessoa tenha praticado firmemente durante muitos anos, se essa pessoa abandonar a fé, a partir desse momento a sua vida se tornará sombria, como uma luz que foi apagada.
Como vemos nesta e em muitas outras escrituras, Nitiren Daishonin invariavelmente fundamenta seus argumentos em provas documentais. Ele cita passagens do sutra e interpretações de Tient’ai, Miao-lo e Dengyo. Por que isso?
Uma vez que Daishonin é o Buda original, pode-se supor que ele poderia ter simplesmente descrito sua iluminação diretamente. Mas, se ele tivesse feito isso, as pessoas de sua época não teriam ficado convictas da veracidade de suas palavras. Portanto, ele cita essas fontes para deixar claro que não está falando arbitrariamente. “Meus ensinos estão em exato acordo com o que Sakyamuni diz, e com as interpretações dos Grandes Mestres Tient’ai e Dengyo”. salientou ele. “Portanto, acreditem nele sinceramente.”
Assim, quando lemos uma passagem do Gosho em que ele cita as palavras de Sakyamuni e as interpretações de Tient’ai e Dengyo, devemos compreender que Daishonin, com sua benevolência, tenta assegurar que nós, apesar de nossa forte tendência para duvidar, não fiquemos confusos, e para nos dar confiança de que o que ele diz é correto.
Quando podemos sentir a imensa compaixão de Daishonin, estamos lendo o Gosho profundamente.
[A Lei que é tão fácil de abraçar e tão fácil de praticar foi ensinada a toda a humanidade nesta era degenerada — os Últimos Dias da Lei. Uma passagem do Sutra de Lótus refere-se a [sua prática] “nos Últimos Dias da Lei”.1 Outra diz: “[se um bodhisattva] nos últimos dias que estão por vir, quando a lei estiver quase perecendo, deve aceitar e abraçar, ler e recitar este sutra...”2 Uma terceira passagem diz: “Se na corrupta era dos Últimos Dias da Lei houver alguém que abrace este sutra...”3 E uma quarta passagem diz: “No último período de quinhentos anos o senhor deve propagá-la amplamente.”4 A intenção de todos esses ensinos é fazer uma advertência para abraçar e acreditar no Sutra de Lótus nos Últimos Dias da Lei. Todos os bonzos eruditos do Japão, da China e da Índia que voltaram suas costas para o Verdadeiro Ensino falharam em compreender esse significado óbvio. Eles seguem praticando o Hinayana e os ensinos provisórios do Mahayana, tais como as seitas Nembutsu, Shingon, Zen e Ritsu; mas abandonaram o Sutra de Lótus. As pessoas não percebem que esses bonzos interpretam mal o budismo e crêem neles sem a mínima dúvida porque parecem ser bonzos verdadeiros. Assim, involuntariamente, as pessoas tornaram-se inimigas do Sutra de Lótus e adversárias do Buda Sakyamuni. Do ponto de vista do sutra, com certeza não apenas todos os seus desejos ficarão sem serem concretizados, como também terão vida curta e estão condenados ao inferno de incessantes sofrimentos. (END, vol. I, pág. 394-395.)
1. LS 14, 201.
2. LS 14, 203.
3. LS 17, 242.
4. LS 23, 288.]
Recitar Daimoku é um ensino que é “fácil de abraçar e fácil de praticar”. Qualquer pessoa pode fazer isso; é uma prática que pode ser feita em qualquer hora e em qualquer local. Esse é o método de prática mais preciso e simplificado. Como tal, é o ensino mais perfeito não apenas para o século XXI, mas também para o século XXII, para o século XXX, para o século L, e por dez mil anos ou mais dos Últimos Dias da Lei — por toda a eternidade.
O presidente Toda, sorrindo com radiância, disse:
Se um grande hospital inventasse um tratamento que, se as pessoas o fizessem todos os dias por uma hora faria com que sem falha se tornassem felizes tanto física quanto espiritualmente, sem dúvida ele ficaria lotado. Independentemente de o quanto for caro ou se tiverem de esperar por horas na fila, as pessoas iriam todos os dias recebê-lo. Nós podemos tomar este remédio, o remédio místico do Daimoku, nas nossas próprias casas — e sentados. Temos de pagar apenas pelas velas e pelo incenso. Portanto, em relação ao custo, é o método mais barato que existe. E é um grande desperdício ficar apenas reclamando e falhar em realizar a prática.
A prática de recitar o Daimoku incorpora o ardente e sincero desejo de conduzir todas as pessoas à felicidade. Uma prática que somente algumas pessoas podem realizar é contrária ao espírito do Buda.
No entanto, os bonzos do Japão, da China e da Índia incitaram as pessoas a descartarem o Sutra de Lótus e pisotearam o espírito do Buda. Mas, pelo fato de esses bonzos anormais terem o aspecto de “bonzos verdadeiros”, as pessoas foram enganadas. Nessa passagem, podemos ouvir o brado de Daishonin para que as pessoas abrissem seus olhos e usassem sua sabedoria.
Um seguidor do budismo deve praticar assim como Sakyamuni ensinou. Aqueles que dizem ser seguidores de Daishonin devem fazer como Nitiren Daishonin ensina. De outra forma, não são verdadeiros seguidores. Mas os falsos bonzos tentam fazer com que as pessoas se mantenham fiéis apesar de suas próprias crenças e opiniões errôneas. Este é o perigo inerente a uma situação em que o clero assume o papel de dirigir os leigos.
Exatamente por essa razão, a SGI faz do Gohonzon e do Gosho a sua eterna base. É vital que pratiquemos sempre de acordo com os ensinos de Nitiren Daishonin.
Referências:
v 1. Myoho-ama Gozen Gohenji, Gosho Zenshu, págs. 1402-03, escrito em julho de 1278, quando Nitiren Daishonin estava com 57 anos.
v 2. Resposta a Myoho-ama, As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. I, pág. 391.
v 3. The One Essential Frase, The Major Writings of Nichiren Daishonin, vol. I, pág. 221.
Nota do Editor: Para efeito de atualização, o presente texto desta escritura contém alterações em relação a publicações anteriores.
[Mesmo apesar de não ler nem estudar o sutra, apenas recitar o seu título é uma fonte de imensa boa sorte. O sutra ensina que as mulheres, os homens maus, assim como aqueles que estão nos estados de Animalidade e Inferno — na verdade, todas as pessoas dos Dez Estados — podem atingir o estado de Buda. Podemos compreender isso quando nos lembramos que pode-se produzir fogo com uma pedra tirada do leito de um rio, e que uma vela pode iluminar um local que tenha ficado na escuridão por bilhões de anos. Se mesmo as coisas mais comuns deste mundo são essa maravilha, então o quanto não será ainda mais maravilhoso o poder da Lei Mística? As vidas dos seres humanos estão presas pelo mau carma, pelos desejos mundanos e pelos sofrimentos inerentes da vida e da morte. Mas, devido aos três potenciais inerentes da natureza de Buda — estado de Buda inato, a sabedoria para tornar-se ciente desse estado, e a ação para manifestá-lo — as nossas vidas podem sem dúvida revelar as três propriedades iluminadas do Buda. O Grande Mestre Dengyo declarou que o poder do Sutra de Lótus capacita qualquer pessoa a manifestar o estado de Buda em sua presente forma. Ele disse isso porque até mesmo a filha do Rei Dragão pôde atingir o estado de Buda através do poder do Sutra de Lótus. Não tenha a mínima dúvida a respeito disso. Diga ao seu marido que eu lhe explicarei isso com maiores detalhes quando o encontrar.
Nitiren
No terceiro dia do sétimo mês do primeiro ano de Koan (1278). (END, vol. I, pág. 395-396.)]
A fé é a chave para a eterna felicidade
O Daimoku é como a luz. Como Daishonin disse, “uma vela pode iluminar um local que tenha ficado na escuridão por bilhões de anos”. Da mesma forma, no momento em que recitamos Daimoku, a escuridão de nossas vidas instantaneamente se dispersa. Este é o princípio da simultaneidade de causa e efeito. Nesse mesmo instante, nas profundezas de nossas vidas as nossas orações são respondidas.
A causa inerente (nyo ze in) de nossa forte oração simultaneamente produz um efeito latente (nyo ze ka). Mas, nas profundezas de nossas vidas, as nossas orações são imediatamente concretizadas. E nesse momento a luz brilha. A flor de lótus (rengue) [ao florescer e produzir semente ao mesmo tempo] ilustra esse princípio da simultaneidade de causa e efeito.
Portanto, é importante oferecermos orações com forte convicção. Os poderes do Buda e da Lei são ativados na mesma proporção da força do nosso poder de fé e de prática. Uma forte fé é como a alta voltagem; ela se transforma em uma brilhante luz em nossas vidas.
As orações são invisíveis. Mas se orarmos firmemente, essas orações definitivamente produzirão um claro resultado em nossas vidas e em nosso ambiente. Este é o princípio da verdadeira entidade de todos os fenômenos. Ter fé significa ter confiança nesse domínio invisível. Aqueles que impacientemente buscam apenas os ganhos visíveis, que parecem ter o rei na barriga, que são fúteis e superficiais, definitivamente cairão num beco sem saída.
Na organização, o sucesso de nossas atividades da SGI, por exemplo, depende se os dirigentes participam tendo orado cuidadosamente para proporcionar esperança a cada pessoa, e se cada participante, sem falha, deixa a atividade com um profundo sentimento de realização. Aqueles que apenas se preocupam com o que os outros pensam de si não estão qualificados para serem dirigentes da SGI.
As pessoas que se baseiam na oração são sinceras. A oração limpa e amplia o coração, e instila o caráter.
Os sofrimentos são a matéria-prima da felicidade
O Daimoku é como o fogo. Quando se queima a lenha dos desejos mundanos, o fogo da felicidade — ou seja, da iluminação — arde brilhantemente. Os sofrimentos tornam-se dessa forma a matéria-prima para a construção da felicidade. Para uma pessoa que não tem fé na Lei Mística, os sofrimentos podem parecer apenas sofrimentos. Mas para uma pessoa com forte fé, os sofrimentos funcionam para capacitá-la a tornar-se ainda mais feliz.
A fé é uma esperança indestrutível. A prática da fé é uma luta para concretizarmos nossos desejos. E a base dessa prática é a oração. Através da oração, a esperança transforma-se em convicção. Essa convicção desdobra-se nos três mil mundos, e por fim resulta na concretização de nossas esperanças. Portanto, jamais devemos desistir. Mesmo os locais que ficaram ocultos na escuridão por bilhões de anos podem ser iluminados. Mesmo uma pedra tirada do leito de um rio pode ser usada para acender fogo. Os atuais sofrimentos de uma pessoa, não importa o quanto sejam sombrios, com certeza não durarão bilhões de anos. Nem se arrastarão para sempre. O sol por fim surgirá. Na verdade, a sua ascenção já começou.
Aqueles que durante longos períodos ficaram acostumados a serem miseráveis podem ter a tendência de desistir. Mas com a Lei Mística não precisamos nos resignar à derrota. Renunciar é o mesmo que difamar o estado de Buda na própria vida. Isso equivale a caluniar o Gohonzon. O mesmo é verdadeiro quanto a decidir que absolutamente nada pode ser feito em relação a algum problema ou sofrimento.
Além disso, não devemos decidir de antemão que algo ou certa pessoa são uma causa perdida. É exatamente quando enfrentamos circunstâncias desafiadoras que precisamos orar. A chave é oferecer orações concretas e agir até que os resultados apareçam.
Até há alguns anos, ninguém poderia imaginar amigos da Lei Mística atuando na ex-União Soviética e em outros países do bloco comunista. Mas a época mudou. O longo período de escuridão rompeu-se. O ponto de partida para essa mudança encontra-se nas orações para que as pessoas desses países possam tornar-se definitivamente felizes e brilharem de esperança.
As orações baseadas na Lei Mística não são abstratas. No nível da vida, elas têm uma realidade concreta. Oferecer orações é o mesmo que conduzir um diálogo, um intercâmbio com o universo. Quando oramos, abraçamos o universo com nossa vida, ou itinen. A oração é uma luta para expandir a nossa vida.
A oração não é um consolo ineficaz; é uma convicção inabalável e poderosa. E a oração manifesta-se na ação. Ou seja, se nossas orações são sinceras, elas definitivamente farão surgir a ação.
As orações manifestam-se na ação e a ação tem de ser fundamentada na oração. Aqueles que oram e empreendem ações pelo Kossen-rufu são os emissários do Buda. Eles não falham em conduzir vidas em que todos os desejos são realizados.
Mesmo que tenhamos tanta felicidade que cheguemos a ponto de desejar um pouco de sofrimento, a nossa felicidade continua a aumentar a passos largos, assim como uma pipa plana cada vez mais alto. Esta é a prova de ter atingido o estado de Buda. Além disso, se formos bem-sucedidos em estabeler firmemente o estado de Buda nesta existência, ele será nosso eternamente.
Assim como Daishonin indica no final dessa carta, na passagem “Não tenha a mínima dúvida a respeito disso”, precisamos ter grande convicção e, sejamos jovens ou velhos, viver com grande esperança. Quando manifestamos grande esperança, podemos reconhecer tranqüilamente nossos antigos sofrimentos; podemos compreender então que tivemos pequenos problemas e acabamos com eles, preocupando-nos exageradamente.
Com essa carta, Daishonin pede a toda humanidade: “Vamos viver com esperança! Eternamente! A nossa determinação na fé torna-se instantaneamente a causa, o efeito e o poder da eterna felicidade. Isso se traduz em grande alegria e realização.”
“Daishonin indica nessa escritura que o Nam-myoho-rengue-kyo é o âmago de todo o Sutra de Lótus. É de fato o “olho” e a essência do budismo. O budismo é uma extensa compilação de sabedoria para auxiliar as pessoas a tornarem-se felizes, e sua essência é o Daimoku do Sutra de Lótus, ou seja, o Nam-myoho-rengue-kyo.
Portanto, tudo torna-se uma fonte de valor, tudo é trazido à vida, quando nos baseamos no Daimoku. Daishonin ensina que a palavra myo (em Nam-myoho-rengue-kyo) rejuvenesce todo o conhecimento. Ele revitaliza nossa vida diária e nossa existência.
As pessoas hoje possuem muito conhecimento. Muito embora vastos campos de conhecimento tenham se desenvolvido na tecnologia científica, na Psicologia, na Sociologia, na Economia, na Política e em outros campos, a confusão e os tumultos no mundo ainda continuam. As palavras de um antigo filósofo grego, “Há aqueles que carecem de sabedoria embora saibam muito”, parecem cada vez mais relevantes. Essas pessoas são como viajantes que vagueiam de lugar em lugar em um vasto deserto na busca de água sem saberem que há uma fonte exatamente sob seus pés.
Possuímos a sabedoria fundamental para revolucionarmos a vida; possuímos a suprema jóia da humanidade. Portanto, somos pessoas da maior sabedoria e riqueza.
O presidente Toda disse: “Embora as pessoas hoje sejam extremamente ambiciosas, elas não desejam os vastos benefícios de atingir o estado de Buda. Nesse ponto elas poderiam ser chamadas de abnegadas, pessoas de necessidades modestas ou apenas tolas comuns.”
Com a “grande ambição” pelo benefício de atingir o estado de Buda, vamos continuar a desenvolver o estado de vida de felicidade absoluta — um estado de vida na qual a própria vida é uma alegria absoluta — em nossas próprias vidas, possibilitando os amigos a fazerem o mesmo.

Moderadores: Charles Chigusa (Japão), Michel Garcia (SP) e Yara Falconi(SP).
A Lei propagada pelo Buda é comparável a uma grande nuvem que, com uma nutritiva chuva, umedece as flores humanas de tal forma que elas possam florescer. (Sakyamuni - Sutra de Lótus)



Os Encantos da Filosofia Budista - Para Iniciantes

Myo no shoran: Ações invisíveis levam a resultados visíveis


Edição 2089 - Publicado em 25/Junho/2011 - Página A6

Introdução


É na ação invisível que existe a causa para a iluminação. Neste solo invisível para os outros, é cultivada a felicidade absoluta. A prática budista não se baseia em aparências e, sim, nas ações empreendidas longe do olhar das outras pessoas. A vitória é determinada pela forma como o ser humano conduz sua vida no momento em que ninguém está olhando.
Significado do termo
Literalmente, myo no shoran significa: “claramente observado (shoran) pelos [budas e divindades celestiais] invisíveis (myo)”.
Sempre observados
O presidente Ikeda esclarece: “O conceito de ‘ações invisíveis’ (myo no shoran) salienta a rigorosidade da Lei de Causa e Efeito. Embora invisíveis para os outros, as nossas determinações e ações são ‘observadas’ pelos budas e divindades celestiais de todo o universo. O Buda Nitiren Daishonin observa toda a nossa atuação. Esse é o significado de ‘ações invisíveis’” (Brasil Seikyo, edição no 1.229, 12 de junho de 1993, p. 5).
Por que invisível?
Porque é invisível aos olhos das outras pessoas. Aquele seu “eu” que só você conhece. Em outras palavras, seu coração.
Gosho
No escrito “Perguntas e Respostas Sobre Abraçar o Sutra de Lótus”, Nitiren Daishonin revela este princípio: “As pessoas de hoje pronunciam palavras que de modo algum combinam com aquilo que está em seu coração. É como se elas estivessem para bater em seus pais com uma cópia do Clássico da Devoção Filial. Ao saberem que, sem serem vistos pelos demais, os budas e bodhisattvas estão observando-as (myo no shoran), como podem deixar de envergonhar-se de tais atos? As dores do inferno são realmente medonhas” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, v. V, p. 13).
Conhecendo o próprio coração
Para conhecer o próprio coração, uma pessoa deve observar a forma como age quando está sozinha, longe do olhar das outras pessoas.
Oração e coração
A oração fundamentalmente se baseia no coração. Por mais que se utilize de belas palavras na hora de orar, o que determina o resultado das orações é a atitude da pessoa quando está sozinha.
Determinante
Essa atitude invisível determina a vitória ou a derrota. Conforme está no Gosho: “... a virtude invisível gera recompensa visível” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, v. VI, p. 61).
As aparências enganam
As ações invisíveis prevalecem sobre a aparência. Mesmo que a pessoa demonstre um comportamento diferente quando está diante dos outros, essa atitude não levará a resultados satisfatórios. A vitória é determinada pelas ações invisíveis.
A atitude que conquista a vitória
Após vencer uma grande dificuldade, Shijo Kingo recebeu uma carta de Nitiren Daishonin que continha as seguintes palavras: “Como tenho dito com frequência, a virtude invisível gera recompensa visível. Embora todos os seus colegas samurais tenham feito calúnias a seu respeito ao seu lorde, e ele próprio tenha acreditado que essas acusações fossem verdadeiras, pelo fato de o senhor ter, durante alguns anos, acalentado honestamente um forte desejo quanto à salvação de seu lorde em sua próxima vida, pôde receber esse benefício. E, isto é apenas o início, esteja convicto de que sua grande recompensa ainda está por vir. Além disso, o senhor deve manter um bom relacionamento com os outros praticantes, não vendo, ouvindo nem apontando nada a respeito deles que possa desagradá-los. Deve permanecer calmo e continuar oferecendo orações. O que mencionei anteriormente não é meramente a minha própria opinião. É o âmago dos mil volumes dos escritos externos e dos cinco mil volumes dos escritos internos” (Ibidem).
Ative as forças do universo
O presidente Ikeda afirma: “As ondas invisíveis de rádio podem viajar longas distâncias pelo espaço, atingindo Marte e Vênus. Da mesma forma, a nossa determinação interior, ou itinen, que é invisível para os mortais comuns, ativa as forças no universo — as divindades celestiais e os budas das dez direções — e aparecem como prova real concreta de acordo com o princípio dos Três Mil Mundos num Único Momento da Vida (itinen sanzen). A fé, num único sentido, significa estarmos plenamente convictos de que todas as nossas ações estão sendo ‘observadas’ pelas forças do universo. É com base nesta convicção que tenho empreendido, e continuo a empreender, esforços que ninguém mais está ciente. Por favor, estejam convictos de que aqueles que possuem forte fé serão capazes de edificar uma vida de sólida felicidade” (Brasil Seikyo, edição no 1.229, 12 de junho de 1993, p. 5).
Ações invisíveis, resultados visíveis
O presidente Ikeda continua: “Consequentemente, a fé não é uma questão que diz respeito à forma como vocês aparentam aos outros, mas, sim, como vocês se comportam e o que realmente estão fazendo. A longo prazo, nossas determinações e ações invisíveis irão se manifestar definitivamente como resultados visíveis. Com o passar do tempo, a verdadeira natureza de uma pessoa irá se revelar naturalmente. Uma pessoa honesta sempre desfruta uma vitória suprema” (Ibidem).

SUTRA DE LÓTUS - TRADUÇÃO

2 de jun. de 2011

O Gongyo e a sua tradução


O Gongyo e a sua tradução



Desde que comecei a fazer o Gongyo, sempre tive curiosidade em saber o que estava recitando. Foi assim que acabei fazendo, junto com o Bruno Padilha, uma gravação com a narração de todo o Gongyo traduzido para o português. A tradução foi retirada do livro "Sutra de Lótus, Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo" de Daiseku Ikeda. Mas eu queria mesmo era um livrinho com a pronúncia do Gongyo com a respectiva tradução, frase por frase, linha por linha... ou quase já que a tradução dos caracteres chineses é bem ampla. Na internet cheguei a encontrar algumas versões, para o Inglês, italiano e até japonês, mas nada na nossa língua. Assim resolvi eu mesmo tomar iniciativa. Para começar, montei a tradução ao lado do Gongyo original, em chinês.
Com vocês... o Gongyo e a sua tradução. Bom proveito!
Myoho-renge-kyo — Sutra de Lótus
Ho-ben-pon-dai-ni — Capítulo Hoben (Meios)
Niji sesson — Nesse momento
Ju sanmai — o Buda levantou-se
Anjo ni ki — serenamente de sua meditação
Go shari-hotsu — e dirigiu-se a Sharihotsu, dizendo:
Sho-bu-ti-e — "A sabedoria dos budas.
Jinjin muryo — é infinitamente profunda e imensurável.
Go ti-e mon — O portal dessa sabedoria é difícil de compreender
Nangue nannyu — e de transpor.
Issai shomon — Nenhum dos homens de erudição
Hyaku-shi-butsu — ou de absorção
Sho-fu-no-ti — é capaz de compreendê-la."
Sho-i-sha-ga — Qual é a razão disso?
Butsu-zo-shingon —Um buda é aquele que serviu a centenas
Hyaku-sen-man-noku — a milhares, a dezenas de milhares,
Mushu-sho-butsu — a incontáveis budas
Jin-gyo-sho-butsu — e executou um número incalculável de práticas religiosas.
Muryo-doho — Ele empenha-se corajosa e ininterruptamente
Yumyo-shojin — e seu nome é universalmente conhecido.
Myosho-fu-mon — Um Buda é aquele que compreendeu a Lei insondável
Joju-jinjin — e nunca antes revelada,
Mi-zo-u ho — pregando-a de acordo
Zui-gui-sho-setsu — com a capacidade das pessoas,
Ishu-nangue — ainda que seja difícil compreender a sua intenção.
Shari-hotsu — Sharihotsu
Go-jo-ju-butsu-i-rai — desde que atingi a iluminação
Shu-juin nen — tenho exposto meus ensinos
Shu-ju-hi-yu — utilizando várias histórias sobre relações causais,
Ko-en-gon-kyo — parábolas e inúmeros meios
Mu shu-ho-ben — para conduzir as pessoas
In-do-shu-jo — e fazer com que renunciem
Ryo-ri-sho-jaku — aos seus apegos a desejos mundanos.
Sho-isha-ga — Qual a razão disso?
Nyo-rai-ho-ben —A razão está no fato de o Buda
Ti-ken-ha-ra-mitsu — ser plenamente dotado dos meios
Kai-i-gu-soku — e do paramita da sabedoria.
Shari-hotsu — Sharihotsu,
Nyo-rai-ti-ken — a sabedoria do Buda
Ko-dai-jin-non — é ampla e profunda.
Mu-ryo-mu-gue — Ele é dotado de imensurável benevolência,
Riki-mu-sho-i— ilimitada eloqüência,
Zen-jo - poder,
Ge-da - coragem,
San-mai — concentração,
Jin-myu-mu-sai — liberdade e samadhis (meditação),
Jo-ju-i-sai - aprofundou-se no reino do insondável
Mi-zo-u-ho — e despertou para a Lei nunca antes revelada.
Shari-hotsu — Sharihotsu,
Nyo-rai-no — o Buda é aquele
Shu-ju-fun-betsu — e que sabe como discernir
Gyo-se-sho-ho — e expor os ensinos habilmente.
Gon-jin-nyu-nan — Suas palavras são ternas e gentis
E-ka-shu-shin — e podem alegrar o coração das pessoas.
Shari-hotsu — Sharihotsu,
Shu-yo-gon-shi — em síntese, o Buda compreendeu
Mu-ryo-mu-hen — perfeitamente a Lei ilimitada,
Mi-zo-u-ho — infinita
Bu-shitsu-jo-ju — e nunca antes revelada.
Shi shari-hotsu — Chega, Sharihotsu!
Fu-shu-bu-setsu — Não vou mais continuar pregando
Sho-i-sha-ga — Por quê?
Bu-sho-jo-ju — Porque a Lei que o Buda revelou
Dai-iti-ke-u — é a mais rara
Nan-gue-shi-ho — e a mais difícil de compreender.
Yui-butsu-yo-butsu — A essência real de todos os fenômenos
Nai-no-ku-jin — somente pode ser compreendida e partilhada entre os budas.
Sho-ho-ji-so — Essa realidade
Sho-isho-ho — consiste de:
Nyo-ze-so — aparência,
Nyo-ze-sho — natureza,
Nyo-ze-tai — entidade,
Nyo-ze-riki — poder,
Nyo-ze-sa — influência,
Nyo-ze-in — causa interna,
Nyo-ze-en — relação
Nyo-ze-ka — efeito latente,
Nyo-ze-ho — efeito manifesto
Nyo-ze-hon-ma-ku-kyo-to — e consistência do início ao fim.


Myo-ho-renge-kyo — Sutra de Lótus 


Nyo-rai-ju-ryo-hon, dai-ju-roku — Jigague, trecho do capítulo Juryo - revelação da vida eterna do buda
Ji-ga-toku-bu-rai — Desde que atingi o estado de Buda,
Sho-kyo-sho-ko-shu — infindáveis Kalpas


Mu-ryo-hyaku-sen-man — transcorreram.
Oku-sai-a-so-gui — Constantemente
Jo-se-po-kyo-ke — venho pregando, ensinando e propagando
Mu-shu-oku-shu-jo — a Lei a milhares de seres vivos,

Ryo-nyu-o-butsu-do — fazendo com que entrem no Caminho do Buda,

Ni-rai-mu-ryo-ko — e tudo isso durante intermináveis kalpas
I-do-shu-jo-ko — Como um meio hábil,
Ho-ben-guen-ne-han — aparento entrar no nirvana para salvar todas as pessoas.
Ni-jitsu-fu-metsu-do — Mas, na realidade, não entro em extinção.
Jo-ju-shi-se-po — Sempre estou aqui ensinando a Lei.
Ga-jo-ju-o-shi — Sempre estou aqui.

I-sho-jin-zu-riki — Porém, devido ao meu poder místico
Ryo-ten-do-shu-jo — as pessoas de mente distorcida não conseguem me ver
Sui-gon-ni-fu-ken — mesmo quando estou bem perto delas.
Shu-ken-ga-metsu-do — Quando essa multidão de seres vê que entrei no nirvana,
Ko-ku-yo-sha-ri — consagra muitas oferendas às minhas relíquias.
Guen-kai-e-ren-bo — Todos abrigam o desejo único e ardente de contemplar-me.
Ni-sho-katsu-go-shin — Quando esses seres realmente se tornam fiéis,
Shu-jo-ki-shin-buku — honestos, justos e de propósitos pacíficos,
Shiti-jiki-i-nyu-nan — quando ver o Buda é o seu único pensamento,
I-shin-yo-ken-butsu — não hesitando mesmo que isso custe a própria vida,
Fu-ji-shaku-shin-myo — então, eu apareço 

Ji-ga-gyu-shu-so — junto à assembléia de discípulos
Ku-shutsu-ryo-ju-sen — sobre o Sagrado Pico da Águia.
Ga-ji-go-shu-jo — Nesse momento, digo à multidão de seres:

Jo-zai-shi-fu-metsu — eu sempre estou aqui, jamais entro em extinção..

I-ho-ben-ri-ko — No entanto, como um meio hábil,
Guen-u-metsu-fu-metsu — algumas vezes aparento entrar no nirvana.

Yo-koku-u-shu-jo — E outras vezes, não.

Ku-gyo-shin-gyo-sha — Quando em outras terras há seres
Ga-bu-o-hi tyu — que desejam respeitosa e sinceramente crer
I-setsu-mu-jo-ho — então eu também, junto a eles, pregarei esta Lei insuperável.
Nyo-to-fu-mon-shi — Porém, não compreendendo minhas palavras,
Tan-ni-ga-metsu-do — todos aqui insistem em pensar que eu morri.
Ga-ken-sho-shu-jo — Quando vejo os seres afogados
Motsu-zai-o-ku-kai — em um mar de sofrimentos
Ko-fu-I-guen-shin — eu não me exponho,
Ryo-go-sho-katsu-go — para dessa forma fazer com que anseiem contemplar-me.
In-go-shin-ren-bo — Então, quando seu coração se enche de ansiedade,
Nai-shitsu-i-se-po — finalmente apareço e ensino a Lei para eles.
Jin-zu-riki-nyo-ze — Assim são meus poderes místicos.
O-a-so-gi-ko — Por infinitas kalpas,
Jo-zai-ryo-ju-sen — sempre estive no Pico da Águia e em muitos outros lugares.
Gyu-yo-sho-ju-sho — Enquanto os seres presenciam
Shu-jo-ken-ko-jin — o final de um kalpa

Dai-ka-sho-sho-ji — e tudo é consumido em chamas
Ga-shi-do-an-non — esta minha terra
Ten-nin-jo-ju-man — permanece segura e tranqüila
On-rin-sho-do-kaku — sempre cheia de seres humanos e seres celestiais.
Shu-ju-ho-sho-gon — Vários tipos de gemas adornam
Ho-ju-ta-ke-ka — seus corredores e pavilhões, jardins e bosques
Shu-ju-sho-yu-raku — Árvores preciosas dão flores e frutos em profusão,
Sho-ten-gyaku-ten-ku — sob as quais os seres vivem felizes e tranqüilos.
Jo- sa-shu-gui-gaku — As divindades fazem repicar os tambores celestiais interpretando,-
U-man-da-ra-ke — sem cessar, a música mais diversa. Uma chuva de flores de mandara cai
San-butsu-gyu-dai-shu — espalhando suas pétalas sobre o Buda e a grande assembléia.
Ga-jo-do-fu-ki — Minha terra pura é indestrutível,
Ni-shu-ken-sho-jin — porém, a multidão a vê

U-fu-sho-ku-no — consumir-se em chamas,
Nyo-ze-shitsu-ju-man — mergulhada em sofrimentos, angústia e temor.
Ze-sho-zai-shu-jo — Esses seres, devido a suas várias ofensas e causas
I-aku-go-in-nen — provenientes de suas más ações,

Ka-a-so-gi-ko — passam infinitas kalpas

Fu-mon-san-bo-myo — sem escutar o nome dos três tesouros.
Sho-u -hu-ku-doku — Mas os que praticam os caminhos meritórios,
Nyu-wa-shiti-jiki-sha — que são nobres e pacíficos, corretos e sinceros,
So-kai-ken-ga-shin — todos me vêem aqui em pessoa,

Zai-shi-ni-se-po — ensinando a Lei.
Waku-ji-i-shi-shu — Às vezes para essa multidão exponho
Setsu-butsu-ju-mu-ryo — que a duração da vida do Buda é imensurável;
Ku-nai-ken-bu-sha — e para aqueles que o vêem somente após um longo tempo
I-setsu-butsu-nan-ti — exponho o quanto é difícil encontrar-se com ele.
Ga-ti-riki-nyo-ze — O poder de minha sabedoria é tamanho
E-ko-sho-mu-ryo — que seus raios iluminam o infinito.

Ju-myo-mu-shu-ko — Minha vida, extensa como incontáveis kalpas,
Ku-shu-go-sho-toku — resulta de uma prática muito longa.

Nyo-to-u-ti-sha — Homens de sabedoria,

Mo-to-shi-sho-gui — não abriguem nenhuma dúvida sobre isso!
To-dan-ryo-yo-jin — Livrem-se das dúvidas definitivamente,
Butsu-go-ji-pu-ko — pois as palavras do Buda são sempre verdadeiras, nunca falsas.
Nyo-i-zen-ho-ben — O Buda é como um excelente médico
I-ji-o-shi-ko — que se vale de meios hábeis
Jitsu-zai-ni-gon-shi — para curar seus filhos iludidos.

Mu-no-se-ko-mo — Embora na realidade esteja vivo, anuncia que entrou no nirvana.

Ga-yaku-i-se-bu — Porém, ninguém pode acusá-lo de mentiroso.
Ku-sho-ku-guen-sha — Eu sou o pai deste mundo e salvo aqueles que sofrem e os que se encontram aflitos.
I-bon-bu-ten-do — Devido à ilusão das pessoas,
Jitsu-zai-ni-gon-metsu — apesar de eu estar vivo, anuncio que entrei no nirvana.
I-jo-ken-ga-ko — Pois se me vissem constantemente,
Ni-sho-kyo-shi-shin — a arrogância e o egoísmo tomariam conta de seu coração.
Ho-itsu-jaku-go-yaku — Ignorando as restrições, entregariam–se aos cinco desejos,
Da-o-aku-do-tyu — e cairiam nos maus caminhos da existência.
Ga-jo-ti-shu-jo — Estou sempre ciente de quem são as pessoas
Gyo-do-fu-gyo-do — que praticam o Caminho e as que não o praticam,
Zui-o-sho-ka-do — e, em resposta às suas necessidades de salvação

I-se-shu-ju-ho — ensino-lhes várias doutrinas.
Mai-ji sa-ze-nen — Medito constantemente:

I-ga-ryo-shu-jo — Como posso conduzir as pessoas
Toku-nyu-mu-jo-do — ao caminho supremo
Soku-jo-ju-bu-shin — e fazer com que adquiram rapidamente o corpo de um buda?