"Quando sua determinação muda, tudo o mais começa a se mover

em direção ao seu desejo".

29 de jul. de 2009

Matérias para a reunião de palestra - mensal

JULHO 2009

Resumo e cenário histórico


Este tratado é um dos cinco mais importantes de Nitiren Daishonin, no qual ele revela sua verdadeira identidade como Buda dos Últimos Dias da Lei possuidor das três virtudes de soberano, mestre e pais. Em fevereiro de 1272, logo no início do seu exílio na Ilha de Sado, vivendo sob severas circunstâncias, Daishonin concluiu este tratado em dois volumes e endereçou-o a Shijo Kingo, um dos seus principais discípulos em Kamakura.

Nitiren Daishonin experimentou uma série de adversidades na inóspita Ilha de Sado; a condição precária de sua cabana não o protegia do vento nem da neve; faltava-lhe alimentos, roupas e materiais para escrita. Além de seu sofrimento físico, ele ficou profundamente abalado ao saber que vários de seus seguidores de Kamakura haviam abandonado a fé. Sentindo que a morte constantemente o ameaçava, Daishonin redigiu este tratado com o propósito de encorajar seus discípulos como se fosse seu último desejo e testamento.

O título “Abertura dos olhos” significa capacitar as pessoas a enxergar a verdade; em outras palavras, libertá-las das ilusões e das visões distorcidas e despertá-las para que compreendam o correto ensino e seu correto mestre.




Explanação


A benevolência é a essência do budismo; ela expressa a condição iluminada do buda e é a base da ação do bodhisattva. Em outras palavras, a benevolência consiste em plantar a “semente do estado de Buda” na vida das pessoas, ou seja, vai além da atitude de preocupar-se simplesmente com o bem-estar delas. Um outro aspecto dessa benevolência é o de refutar rigorosamente as calúnias à Lei, pois não se consegue compreender o princípio de “atingir o estado de Buda nesta existência” enquanto o seu coração estiver encoberto pela escuridão da ilusão e descrença que as levam a denegrir o ensino correto.

No Sutra de Lótus, a benevolência abarca “o amor e a rigorosidade”, ou seja, ele revela de maneira clara e precisa o verdadeiro meio para que todos atinjam o estado de Buda, mostrando também a rigorosidade com relação à Lei..

A presente frase de “Abertura dos olhos” denota o espírito primordial da prática do Chakubuku que é a máxima benevolência. O ideal de ensinar o budismo a outra pessoa é despertá-la da escuridão da ignorância ou ilusão que destrói seu próprio interior, libertando-a de seu sofrimento fundamental e conduzindo-a para o caminho da felicidade absoluta.

De acordo com os ensinos budistas, quando se comete um mal e não se faz nada para corrigir isso, deixando prevalecer a mentira e a presunção como algo normal, sem que ninguém proclame a verdade, no final, tal atitude conduzirá à decadência moral e espiritual. Em outras palavras, sem uma base espiritual sólida, como a que oferece os ensinos de Nitiren Daishonin, uma religião verdadeiramente humanística, a estrutura da sociedade irá desintegrar-se cada vez mais. (Terceira Civilização, edição no 456, agosto de 2006, pág.. 51.)

Na Nova Revolução Humana, consta: “O que eu quero solicitar ao senhor é o seguinte: enquanto estiver residindo na Itália, procure criar mesmo que seja um único companheiro e plante as sementes para o bem do futuro do Kossen-rufu. Eu digo isso porque deste ato inicia-se todo o nosso movimento. O maior feito de um homem é criar e deixar um outro que dá seguimento ao seu empreendimento. Quando uma semente germina, ela poderá produzir outras sementes e isto ocorrerá sucessivamente. Tudo se inicia por uma única pessoa. Esta é a importância de prezar as pessoas, um fator essencial para o desenvolvimento do Kossen-rufu”. (Vol. 5, pág. 79.)

Em outro trecho dessa obra, consta: “De qualquer modo, a propagação religiosa inicia-se pela amizade. É respeitando as pessoas que se pode desenvolver o verdadeiro diálogo”. (Ibidem, pág. 84.)

De toda a forma, ensinar o budismo a outra pessoa nos possibilita forjar um estado de vida tão indestrutível como um diamante. Em outro trecho desse mesmo escrito, Daishonin cita uma passagem do Sutra do Nirvana para esclarecer que o benefício da prática do Chakubuku é a conquista de um “corpo de diamante”. (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 4, pág. 215.)

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